10 dezembro 2008

OPERAÇÃO DOLCE VITA NO DIA DO PALHAÇO

Onde estiverem, se estiverem em algum lugar neste dia do Palhaço meus aplausos e eternas lembranças aos imortais acadêmicos da alegria Arrelia, Piolim, Pirulito, Torresmo, Carequinha, Picolino, Chicharrão, Estremelique e tantos outros que deram a mim e a tantas gerações muitas alegrias.
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A OPERAÇÃO DOLCE VITA

Nota de Esclarecimento - O texto ficcional foi construído a partir da criatividade do autor. Qualquer semelhança com fatos reais não passa de mera coincidência.
Sabendo de alguma semelhança com a vida real alertem ao autor para que processe a vida por plágio.
Se gostou, coopere divulgando. Pedro precisa vender muitos livros para lançar mais e investir nas obras do Apostolado.
Quase tudo é recebível - O Apostolado aceita donativos e cartões. Facilita o pagamento, parcela débitos.

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Quando o Mané, alojado sob a marquise do grande magazine, com sua mulher Manuela e os filhos Mané Jr. e Manolita, viu a notícia no Telejornal que Dona Carolina, a presidenta, e outros dirigentes da “Sociedade Bandeirinhas Doces, Confeitos e Petiscos – a Sobandocopet”– haviam sido presos pela Policia Federal, na Operação “Dolce Vita” comandada pelo delegado Dr. Hassan Dopane, ele não sabia se ria ou chorava.
Os detidos eram acusados de prometer a entrega de Doces e outros Sonhos encomendados e pagos antecipadamente.
O Doce Sonho de Mané se transformara em amargo pesadelo.
Indagados pelos repórteres e pelo delegado com a pergunta “Onde está o dinheiro?” os detidos responderam quase em coro:
- O gato comeu!
- Não sabemos de nada.
- Perguntem no cemitério!
- Chamem nossos advogados.
- Queremos um habeas corpus!
- Não temos nada a declarar.
- Somos inocentes!
- Servem uísque na cela?
- Quero bombons e trufas!
- Na Cinemateca da PF tem o filme Sindicato de Ladrões?

A Polícia investigava há muito tempo o crime da organização criminosa que tinha por senha secreta o lema “Nosso trabalho, seu pesadelo”.
Cresciam mais que massa de pão no calor as denúncias de vítimas que encomendaram e pagaram o carnê de seus doces religiosamente em dia, mas não receberam nem o Sonho, nem qualquer outro Acepipe.
Em notas, os acusados alegavam que o dinheiro não dava mais para comprar a farinha necessária à produção e as tetas das vacas haviam parado de produzir o leite necessário.
Entretanto, ao serem revistados, seus bolsos se revelaram cheios de recheio.
Advogados dos detidos garantem que tudo não passa de um grande engano, no que concordam os lesados, e que a Justiça com certeza vai rever a situação.
Ressaltaram que estava em negociações a possibilidade de acordo para transformar os Sonhos numa imensa Pizza Doce de Marmelada.
Será que a massa desandou?
Dona Carolina, que não aceita ser de forma alguma do sabor Laranja, com sua Baba de Moça virtuosa, disse, entre Suspiros, que não sabia de nada e apenas comandava a empresa por que a Cobertura dos Sonhos seria garantida e ela teria apenas que concluir os Doces, dando-lhe a consistência final para as Trouxinhas.
Não soube explicar por que a calda azedou e entornou o caldo.
Todos os envolvidos afastam qualquer envolvimento político embora se comportassem como tal...
Prometiam, prometiam e nunca cumpriam suas promessas.
Costumavam, também, mentir nos informativos adocicados que eram enviados aos adquirentes dos doces.
Num deles afirmaram que estava tudo indo a pleno vapor.
O excesso de calor do forno desregulado deve ter feito os ingredientes evaporarem.
Em outra nota...
Peraí, redator... Quanta nota? É muita nota... Vamos mudar o termo...
Em declarações, os advogados alegam que a Bandeirinhas sempre explicava aos clientes o andamento da fabricação em reuniões regadas com doces de Mandioca para o pessoal que levasse as Rosquinhas.
Justificaram o fato de uma das reuniões ter se realizado às sete da manhã, por considerarem o horário propício para trabalhadores do ramo da panificação.
Em passado recente, os dirigentes quase haviam sido pegos com a mão na massa, ou, melhor, com a boca na botija, ao se identificarem telefonemas com pessoas do alto escalão do governo em diversos celulares da empresa.
Na ocasião escaparam afirmando que eram enganos todas as ligações.
O álibi era irrefutável, visto as empresas de telefonia não serem também muito confiáveis e a escuta era ilegal.
Coitado do Mané que já estava ressabiado pelas reprimendas de Manuela quanto ao mau negócio.
È que Manuela fica o tempo todo dizendo que sua avó já dizia:
“Quando a esmola é demais, o santo desconfia!”
“Doce barato, só pode estar fora do prazo de validade”.
Mané rebatia dizendo que nada dava certo por causa do Olho da Sogra e agora teme o surgimento de assombrações como a loira da estrada, o Saci-Pererê, o Boitatá.
É que a Polícia, ao espremer Dona Carolina, viu surgirem empresas-fantasmas e, diz a lenda, que até mortos sumiram com documentos da empresa.
Algumas entidades, deste mundo dos vivos, que apoiavam os acusados, se manifestaram concordando em parte com algumas de suas alegações, a saber:
- Não sabemos de nada!
- Chamem nossos advogados.
- Não temos nada a declarar.
- Somos inocentes!
- Quem? Eu?
Mané morreria de rir, não tivesse que chorar, e lambuzar-se-ia, não fosse tão amarga a situação.
Espera sinceramente que dona Carolina e os demais fiquem presos um longo tempo num merecido Dolce far niente.
É Mané! Rapadura é doce, mas não é mole, não!

2 comentários:

Enio Luiz Vedovello disse...

Muito boa alegoria. A cada dia mais eu fico feliz de não ter investido neste sonho que parecia doce mas era amargo...

Anônimo disse...

Grande Pedro...mas meio turrão...dá próxima vez aceite um copo de cerveja...abraço.