15 dezembro 2008

CARTINHA AO PAPAI NOEL 2008

Esta nada original missiva foi postada por SEDEX de um posto de correio neste pequeno vilarejo onde passei a tarde e noite de domingo preso em congestionamentos.
Envio o blog de uma Lan House(disfarce do nome da boate onde passei a noite.)
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CARTINHA AO PAPAI NOEL 2008

Querido Papai Noel,

Ontem eu vi você no shopping, mas não tive coragem de entrar na fila.
Não iria pegar bem sentar no seu colo.
O que iriam pensar de dois velhinhos de barba branca e barrigudos?
Foi bom tê-lo visto, pois lembrei que todo ano, desde a pré-escola, envio-lhe minha lista de presentes.
Como sempre a maioria de meus desejos são fáceis e tenho certeza que você conseguirá realizar meus sonhos de consumo.
Adoro ganhar pares de meias.
Pode ser daquelas de promoção “três em um” que vem uma preta, uma cor de burro quando foge e outra cor do burro quando é pego.
Nunca sei se a pessoa quis me dar a preta e as outras vieram de brinde ou quis me dar as dos burros e a preta é o brinde.
Já consultei a Pininha (secretaria do lar da dona Gertrudes e amiga do Takeo, lembram-se), mas ela também não soube (ou não quis) responder.
Ficarei muito feliz se ganhar um chinelinho de dedo, um par de pantufas ou uma sandália franciscana.
Gosto de camiseta polo de listas horizontais. Fazem-me parecer mais gordinho ainda.
Não se esqueça do pacotinho de cuecas “desmancha na primeira lavada” que o zelador do prédio adora.
Faz dois anos, a filha do zelador adorou o CD de pagode daquele pessoal que dança igualzinho.
Adoro ganhar bebidas.
Vinho nacional, por exemplo.
Guardo-o o ano inteiro para lembrar-me que não devo beber e que poderia ter nascido na Itália, lá em Treviso, onde se originou a “famiglia” e tomaria um vinho nacional com o maior prazer.
Outra lembrancinha que adoro são os calendários dos bancos para que não me esquecer de “cobrir” a conta no dia seguinte ao pagamento.
Sabe Papai Noel, não me lembro onde enfiei o lápis com duas pontas que o Banco Itaú mandou para os funcionários públicos em Outubro.
Até tentei usar, mas como tenho dificuldade para ler de perto, quase furei o olho.
Canetinhas só de boa qualidade, hein! Nada de produto “meide in Chaina”, desses que a gente tem que ficar riscando a sola do sapato para escrever.
Gravatas eu prefiro as sem zíper e sem estampas.
Aquela do Piu Piu foi supimpa!
Mas não combinavam com as bermudas estampadas de surfista e camisetas de fitness “macho-man” que você me mandou certa feita.
E você se lembra daquela vez que o zíper enroscou fechado quando experimentei o presente do amigo secreto, que mais que nunca queria se ocultar na hora, porque tivemos que cortar a gravata?
Se fosse festa de casamento podíamos ter corrido uma listinha.
Acho que pode me mandar uma daquelas calças de moleton que se usa até perder os quilinhos que ganho nesta época ou perder a esperança de perdê-los e comprar roupas um número maior.
É pedir muito que a Receita Federal perca meu endereço e os telemarketings meu telefone?
St. Klaus! Posso chamar-lhe mais intimamente?
Legal!
Então, preste atenção, Nico!
Queria duas coisinhas que far-me-iam acreditar piamente em você, bom velhinho.
Que o Manto se classifique para a Libertadores e a Bancoop entregue meu apartamento.
Só unzinho destes dois e acredito que você exista.
Beijinhos carinhosos...
Hum... hum... hum...
Isto é,
Um abraço para você, Niquinho...

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