15 maio 2016

EU VOTEI NELA!

Às vésperas do segundo turno da eleição presidencial de 2014, ouvi igual frase, por mais paradoxal pareça, vindo de correligionários de ambos os candidatos: “Não sei é bom ganharmos”.
Hoje ambos devem estar refletindo: “Bem que eu sabia!”
Fato concreto, a bomba do desarranjo da política lullo-consumista mantida pelo governo estava prestes a explodir. Afinal, dinheiro não brota em árvores.
Assim se deu!
Em casa foi regra só gastar o que teria como pagar, e não podendo emitir moeda, nem lançar títulos para 40 anos, nossas dívidas eram programadas apenas para curtíssimo prazo, com cortes no orçamento de ordem não absolutamente necessário.
E sem propina.
No máximo, algumas “caixinhas” de Natal, Páscoa.
Indo ao ponto do que ocorreu.
O dinheiro proveniente da “zelite coxinha” acabando e a bomba nas mãos.
Que bom perder, tucanada!
Não ter os dedos do país apontando-os como exterminadores de benefícios sociais, cortes na Lei Rouanet, paralisação de PACs, déficit orçamentário, disparada da inflação, queda do PIB, fracasso do pressal, dilapidação dos fundos de previdência – Postalis, Previ, Funcef - e o mais terrível dos males – o desemprego crescente – onze milhões de famílias.
Para entender a linha argumentativa dos acontecimentos.
Divido a companheirada em três grupos. O topo da pirâmide ou “culpados/suspeitos”, o grupo intermediário ou “apaniguados/beneficiários”, também chamados “amigos do rei”, e a grande base da pirâmide: a ralé. Digo, os ”inocentes”, doutrinados ou não.
Como seria bom ter perdido!
Os “culpados/suspeitos” decidem: “Temos que distribuir a culpa”!
Mãos às armas! Digo, à luta, “amigos”!
Mídia sensacionalista... “Eles”... O Congresso... A oposição – qual oposição?
Ilações vagas à parte, duro é, aqui embaixo, explicar aos “inocentes”.
Como ao Sr. Zico, zelador do prédio, que teremos de demitir, pois os condôminos “coxinhas” perderam seus empregos, estão inadimplentes e cortes são necessários para pagarmos os ”essenciais” impostos que sustentam o topo da pirâmide. Aqueles que aparecem nas manchetes dos jornais, nas reportagens da TV. Os mesmos que orientam e financiam os gritos das palavras de ordem dos “amigos do rei”.
Ao saber da notícia, o Sr. Zico, lacrimejante, ainda disse: “Tenho culpa nisso ! Eu votei nela”.
Fiquei com vontade de chorar também.
Ah! Os correligionários citados lá no primeiro parágrafo?
Um perdeu o cargo em comissão, outro também está desempregado.