Onde estiverem, se estiverem em algum lugar neste dia do Palhaço meus aplausos e eternas lembranças aos imortais acadêmicos da alegria Arrelia, Piolim, Pirulito, Torresmo, Carequinha, Picolino, Chicharrão, Estremelique e tantos outros que deram a mim e a tantas gerações muitas alegrias.
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A OPERAÇÃO DOLCE VITA
Nota de Esclarecimento - O texto ficcional foi construído a partir da criatividade do autor. Qualquer semelhança com fatos reais não passa de mera coincidência.
Sabendo de alguma semelhança com a vida real alertem ao autor para que processe a vida por plágio.
Se gostou, coopere divulgando. Pedro precisa vender muitos livros para lançar mais e investir nas obras do Apostolado.
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Quando o Mané, alojado sob a marquise do grande magazine, com sua mulher Manuela e os filhos Mané Jr. e Manolita, viu a notícia no Telejornal que Dona Carolina, a presidenta, e outros dirigentes da “Sociedade Bandeirinhas Doces, Confeitos e Petiscos – a Sobandocopet”– haviam sido presos pela Policia Federal, na Operação “Dolce Vita” comandada pelo delegado Dr. Hassan Dopane, ele não sabia se ria ou chorava.
Os detidos eram acusados de prometer a entrega de Doces e outros Sonhos encomendados e pagos antecipadamente.
O Doce Sonho de Mané se transformara em amargo pesadelo.
Indagados pelos repórteres e pelo delegado com a pergunta “Onde está o dinheiro?” os detidos responderam quase em coro:
- O gato comeu!
- Não sabemos de nada.
- Perguntem no cemitério!
- Chamem nossos advogados.
- Queremos um habeas corpus!
- Não temos nada a declarar.
- Somos inocentes!
- Servem uísque na cela?
- Quero bombons e trufas!
- Na Cinemateca da PF tem o filme Sindicato de Ladrões?
A Polícia investigava há muito tempo o crime da organização criminosa que tinha por senha secreta o lema “Nosso trabalho, seu pesadelo”.
Cresciam mais que massa de pão no calor as denúncias de vítimas que encomendaram e pagaram o carnê de seus doces religiosamente em dia, mas não receberam nem o Sonho, nem qualquer outro Acepipe.
Em notas, os acusados alegavam que o dinheiro não dava mais para comprar a farinha necessária à produção e as tetas das vacas haviam parado de produzir o leite necessário.
Entretanto, ao serem revistados, seus bolsos se revelaram cheios de recheio.
Advogados dos detidos garantem que tudo não passa de um grande engano, no que concordam os lesados, e que a Justiça com certeza vai rever a situação.
Ressaltaram que estava em negociações a possibilidade de acordo para transformar os Sonhos numa imensa Pizza Doce de Marmelada.
Será que a massa desandou?
Dona Carolina, que não aceita ser de forma alguma do sabor Laranja, com sua Baba de Moça virtuosa, disse, entre Suspiros, que não sabia de nada e apenas comandava a empresa por que a Cobertura dos Sonhos seria garantida e ela teria apenas que concluir os Doces, dando-lhe a consistência final para as Trouxinhas.
Não soube explicar por que a calda azedou e entornou o caldo.
Todos os envolvidos afastam qualquer envolvimento político embora se comportassem como tal...
Prometiam, prometiam e nunca cumpriam suas promessas.
Costumavam, também, mentir nos informativos adocicados que eram enviados aos adquirentes dos doces.
Num deles afirmaram que estava tudo indo a pleno vapor.
O excesso de calor do forno desregulado deve ter feito os ingredientes evaporarem.
Em outra nota...
Peraí, redator... Quanta nota? É muita nota... Vamos mudar o termo...
Em declarações, os advogados alegam que a Bandeirinhas sempre explicava aos clientes o andamento da fabricação em reuniões regadas com doces de Mandioca para o pessoal que levasse as Rosquinhas.
Justificaram o fato de uma das reuniões ter se realizado às sete da manhã, por considerarem o horário propício para trabalhadores do ramo da panificação.
Em passado recente, os dirigentes quase haviam sido pegos com a mão na massa, ou, melhor, com a boca na botija, ao se identificarem telefonemas com pessoas do alto escalão do governo em diversos celulares da empresa.
Na ocasião escaparam afirmando que eram enganos todas as ligações.
O álibi era irrefutável, visto as empresas de telefonia não serem também muito confiáveis e a escuta era ilegal.
Coitado do Mané que já estava ressabiado pelas reprimendas de Manuela quanto ao mau negócio.
È que Manuela fica o tempo todo dizendo que sua avó já dizia:
“Quando a esmola é demais, o santo desconfia!”
“Doce barato, só pode estar fora do prazo de validade”.
Mané rebatia dizendo que nada dava certo por causa do Olho da Sogra e agora teme o surgimento de assombrações como a loira da estrada, o Saci-Pererê, o Boitatá.
É que a Polícia, ao espremer Dona Carolina, viu surgirem empresas-fantasmas e, diz a lenda, que até mortos sumiram com documentos da empresa.
Algumas entidades, deste mundo dos vivos, que apoiavam os acusados, se manifestaram concordando em parte com algumas de suas alegações, a saber:
- Não sabemos de nada!
- Chamem nossos advogados.
- Não temos nada a declarar.
- Somos inocentes!
- Quem? Eu?
Mané morreria de rir, não tivesse que chorar, e lambuzar-se-ia, não fosse tão amarga a situação.
Espera sinceramente que dona Carolina e os demais fiquem presos um longo tempo num merecido Dolce far niente.
É Mané! Rapadura é doce, mas não é mole, não!
10 dezembro 2008
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2 comentários:
Muito boa alegoria. A cada dia mais eu fico feliz de não ter investido neste sonho que parecia doce mas era amargo...
Grande Pedro...mas meio turrão...dá próxima vez aceite um copo de cerveja...abraço.
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