09 maio 2011

PANIS ET CIRCENSES

PANIS ET CIRCENSES

A Platéia quer dar risada
Mas como contar piada
Fazer chiste, uma troça?
Queimaram o homem da carroça

Ardeu como Galdino
E tantos sem nome
Queimados de fome
Ardendo por dentro
Meninos do Centro
Na Sé, Candelária,
Chacina, Zona Leste
Só mais um do Nordeste
Placas nas esquinas
Vendem-se meninas!
Coisinha corriqueira!
Que bobeira, negão!
Viva a novela diária
Hoje não tenho não
Nenhuma palavra hilária
Uma situação “non sense”.
Mas... e a platéia?
Precisa sorrir...
À alcatéia:
Panis et circenses
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São Paulo, 09 de maio de 2011.
Esta semana dois “carroceiros” foram queimados vivos no bairro do Brás.

06 maio 2011

BANCOOP - INTERVENÇÃO E VILA CLEMENTINO

Colegas de Infortunio,

Falo pessoalmente, pois enquanto diretor da ASSOCIAÇÃO não recebi qualquer contato da BANCOOP.
Sinceramente não sei quais motivos ainda leva pessoas a manterem contatos extrajudiciais com a BANCOOP, procurando-a ou atendendo todo e qualquer telefonema.
Aliás, consultei e avisei ao Sindico e Subsindico quanto a mais esta artimanha da "Cooperativa de fachada".
Ambos responderam que não haviam sido procurados.
Quem é, então, o contato que representa o Vila Clementino?
Será que acreditam mesmo em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, para não mais elucubrar sobre a motivação de aceitarem "negociações".
Seis anos de mentiras não serviram de lição?
O que essas pessoas têm ido fazer na sede da BANCOOP?
O que trarão de novidade após a reunião da proxima segunda feira?
Tentarão nos empurrar novamente a OAS? Oferecerão que troquemos o desligamento da cooperativa pelo perdão da dívida?
Muito provavelmente não dirão nada de novo, pois nada mais tem a dizer.
Ou será que pedirão para não penhorarmos cadeiras, garrafas de uisque, frigobares, etc...
A BANCOOP está destruida.
Plagiando a manchete de uma revista de grande circulação: A casa deles caiu.
Na última terça-feira, os argumentos do advogado da cooperativa foram fulminados pelo voto do relator do Conselho Superior do MINISTERIO PUBLICO.
A Intervenção é iminente.
Até o Sindicato dos Bancários tenta tirar o time de campo e "ameaça" executar a dívida de 45 milhões ainda este mês.
O newletters, outrora farto de "convicentes" argumentos, neste mês saiu quase apenas com fotos.
A BANCOOP, como prevemos, ao confiarmos na Justiça, chegou na fase do não ter mais nada a dizer, depois de diversas vezes não querer conversa com seus cooperados, impedindo o acesso as Assembléias.
Encaminha-se para o choramingo dos condenados encurralados, lembrando que alguns de seus dirigentes foram denunciados pelo MINISTERIO PÚBLICO CRIMINAL.
Será que os "negociadores que representam o Vila Clementino" ainda não tem noção que estamos com a ação ganha, a BANCOOP NÃO RECORREU DE NADA e o juiz já deu todos os indicativos para a cisão do Vila Clementino.
O que leva colocarem em risco nossa luta?
Ao risco de assumirmos um prejuizo financeiro ainda maior do que já temos, perdoando o algoz?
Qual a vantagem em revestirmos a fantasia de "cooperados" quando os tribunais sedimentam a tese de sermos vitimas de um estelionato praticado pelos próceres da "arapuca"?
A quem interessa divisionismo entre moradores e "sem teto", neste momento?
Talvez interesse a BANCOOP.
Fotografar pessoas e escrever qualquer bobagem no rodapé da foto, quanto a estar negociando com o empreendimento, como tem faltado à verdade em outros locais.
Pensem sobre o assunto, tendo em mente:
QUALQUER NEGOCIAÇÃO COM A BANCOOP AGORA PODE CAUSAR GRANDES PREJUIZOS PROCESSUAIS E FINANCEIROS, A TODO EMPREENDIMENTO.
E dispenso o rosário de argumentos quanto a nunca vamos receber mesmo.
Não receber é muito diferente que abrir mão de um direito.
Por acreditar no Estado de Direito, da minha parte dessa luta não abrirei mão.

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Ditado árabe: Se você é enganado uma vez, a culpa pode não ser sua. Na segunda vez, com certeza será.

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05 maio 2011

CORAÇÃO DE MÃE

Fiz este coração para você, entregando à mãe um mal formado origami construído numa folha de jornal.
O garoto demonstrou felicidade com o carinho da mãe lhe retribuindo o presente. Ela afagou sua cabeça, deu-lhe um beijo e puxou-o para seu colo.
Pessoas que estavam em pé no ônibus sorriram desarmadamente diante dos gestos de afetividade que o garoto e sua mãe trocavam acumpliciados.
A dupla simples havia subido no ônibus um ponto antes.
Pelo uniforme surrado, muito provavelmente, era aluno da escola de educação infantil municipal da região.
Pela conversa ele queria comprar um presentinho para o dia das mães.
A tradicional desculpa do “não estou precisando de nada” parecia apenas retratar a impossibilidade daquela mãe em adquirir qualquer bobagem à prestação ou no “um e noventa e nove” para se presentear.
Revirou a sacola e entregou um carrinho ao filho, que se pôs a manobrá-lo no vidro do coletivo, num “vrum-vrum” a imaginar-se piloto de fórmula um. Ou motorista de ônibus, como convém imaginarmos o destino de pessoas mal-nascidas.
Ajoelhou-se no banco e começou a conversar com o passageiro de trás, numa cena inimaginável na cidade grande.
Você tem carro, indagou.
Ao ver o sinal assertivo, reperguntou, então porque anda de ônibus?
Um sorriso desconcertado foi a resposta.
Agora de pé no colo da mãe, que se apertara para que alguém mais sentasse, voltou para as manobras na janela.
Aproveitou uma curva imaginária e beijou a mãe, repetindo que queria comprar um presente para o dia das mães.
Mas você já meu o coração, retrucou a mãe.
Onde a senhora guardou?
O de papel está na minha bolsa, o seu – apertando com o dedo o peito do menino – está aqui, apontando para o próprio peito.
O menino fez cara de desentendido.
A mãe riu.
Olhou pela janela, apressou-se, apertou a campainha, pediu licença e desceu do ônibus.
Levou todos os olhares a acompanhá-los caminhando pela rua até perdê-los do alcance de visão no trafegar do ônibus pela avenida.
Mas não tinham ido embora totalmente.
Deixaram um pedacinho de coração em todos.
Muitos, e eu inclusive, devem estar querendo aprender como se faz a felicidade num pedacinho de jornal.
Alguém pode me ensinar a dobrar um coraçãozinho de origami?