Moça bonita não paga!
E eu sou feia?
Não paga, mas também não leva...
Olha o nabo, senhora!
Isso são modos?
Quero ver todo mundo chupando!... Laranja um real, laranja um real…
Ufa!
Quem não ouviu nenhuma das frases acima é porque nunca foi a uma feira livre!
A moça chamou-me a atenção na banca de laranjas.
Ia anunciando:
Uma dúzia é R$ 1,50, se levar dezesseis é R$ 2,00!
Com seu topzinho, umbiguinho de fora, shortinho, avental e aparentemente boa também de conta, vendia seis pelo valor de meia dúzia...
Dinheiro trocado leva 17, acrescentava...
Lembrei do Menino das Laranjas, do Theo de Barros, imortalizada pela Elis.
A senhora quer sacolinha de um ou de dois?
Tenho que pagar a sacola?
Um ou dois quilos...
Ah!
Com um rapaz, que devia ser conhecido, foi mais audaciosa e mandou a clássica:
Tá pesada a sacola? Quer ajuda? Deus te ajude!
E o bonitão aí, não quer experimentar?
Não era eu!
Mas fiquei a matutar sem zíperes ou botões que me faltavam na hora.
Será que se eu provocá-la com alguma pegadinha matemática, levo aquela laranja que vem de graça pelo dinheiro trocado.
Melhor não!
Pela cara do companheiro de barraca, que parecia meio incomodado pela afluência de homens à banca, melhor não!
Provavelmente a laranja viria voando!
Não das mãos dela...
Ai! Ai! Ai! Ai! Ai!
Isso é sintoma de pobreza...
Pobre é que adora briga na feira porque toma laranjada de graça...
Fui!
Cantando:
Laranja madura na beira da estrada...
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Quem merece laranjada é esse pessoal que representa o Manto.
Não consegue ganhar de mais ninguém...
Oh! Jorginho!
Acorda o time senão bambeia (ato falho!) nas semi-finais...
06 abril 2009
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Um comentário:
Feira é algo sempre divertido de ir. A gente sempre vê situações como as descritas no seu texto. Gostei de ler.
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