29 agosto 2008

MULHER FEIJOADA É ARGENTINA?

Oi! Boa noite, ela disse...
Ainda bem que vocês são magrinhos.
Mô não entrou nesse espacinho, não!
Mô está comendo muita feijoada!
Devo ter feito cara de (????????).
Feijoada sou eu!
Não acreditei no que ouvia...
Quem mandou deixar para comprar ingresso na última hora?
Casa de shows com mesa para seis e você em dois corre esse risco.
Sentar junto com pessoas, digamos assim, desinibidas.
A balzaquiana, aparentemente com a metade da idade do companheiro, estava com a corda toda.
Vocês têm que ver no dia dos namorados!
Todo ano ele me dá uma lingerie.
Olhei meus zíperes e chamei minha amiga oriental, a Yukiko...
È uma prima do Takeo...
Yukiko, sempre gentil, pergunta: Senhor, Yukiko tem a ver com isso?
Se Yukiko não tem nada a ver, segue em frente.
Mas eu não podia seguir.
Entalado entre a cadeira e a mesa, de frente para a balzaca, que em dois minutos já havia pisado três vezes no meu pé.
E ainda perguntou: Mô, é no seu pé que estou pisando?
Levantei o dedo.
Ela pediu desculpas e prosseguiu sua narrativa para o casal que os acompanhava e todos ao redor quanto a suas aventuras com o constrangido companheiro.
Ai! Amanhã vou perder a hora. Hoje eu não durmo... Mô vai dormir comigo. Dormir é modo de dizer.
Mô era um garanhão.
Ou seria o dia da hiena?
Não havia bebida sobre a mesa.
Ou já viera calibrada ou a distinta era uma fera da discrição e etiqueta.
Mô, cê lembra daquela viagem que fizemos para Nova York. Foi gostosa.
Eu – ela - também estava gostosa
Felizmente senti “súbita” e oportuna dor no “asiático”.
À francesa, saí e fui perguntar ao garçom se aquela mesinha para um casal, lá no fundo, estava reservada.
Atrás da pilastra, ao lado de extintor de incêndio, não tem importância.
Que felicidade!
Não estava.
Por uma questão de educação, voltei à mesa para despedir-me e ela a toda.
Durante o show, contaram aquela piada sobre o porquê do argentino nunca se perder.
Caiu-me a ficha.
A “mulher feijoada” era argentina.
Também se achava.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, quem ficou na mesa deve ter sofrido! :)

Enio Luiz Vedovello disse...

Infelizmente, boa educação e discreção são palavras desconhecidas de boa parte das pessoas. Em especial daquelas que por dar(?) certo em um novo negócio, ou encontrar a pessoa certa para "se amarrar", "enricaram" de uma hora para outra...