03 agosto 2008

CONVERSAR NA MESA?

Não sou muito de ficar conversando à mesa depois das refeições.
Quem conversa, conversa à mesa e não na mesa, a menos que esteja sentado sobre ela, a mesa.
Muito menos antes, porque quando estou com fome fico ansioso, vendo perninhas de frango voando à frente e não raciocino muito bem.
De barriga cheia já sou meio fraco, imaginem neurônios com fome.
Comer é comer, conversar é conversar.
Ou conversa ou come.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, diria a lenda.
Odeio gente falando de boca cheia.
Perdigotos de farinha de mandioca, então!
Não posso comer com as mãos e lamber os dedos, nem coçar a sola do pé ou tudo quase simultaneamente.
Ui! Que nojo!
Houve um ministro que afirmava ser impossível conversar de sapatos.
Não sei que fim deu nele...
Era uma das poucas coisas que eu concordava com ele.
Papo sério só de pantufas, o mais é uma chatice.
Você está, à mesa, começando aquele papo sobre a oitava sinfonia de Mozart e alguém fala de axé.
Geralmente um cunhado.
Você quer discutir as relações econômicas entre o BRIC e alguém quer jogar truco.
Definitivamente não dá.
Tenta comentar o descontrole governamental quanto a falsificação do álcool nas bombas de combustível e alguém “bombado” de uísque falsificado começa a dar palpite.
Sogra quando se mete no papo, então?
Vixê, mãezinha santa...
Cumpade, uma conversa engata outra.
Minha sogra fala demais.
Mulher é assim mesmo! Pior é que devemos prestar atenção no que elas falam porque são que nem relógio analógico parado. Está certo duas vezes ao dia.
Lembrei de uma historinha.
Sabe, a dona Gertrudes, a patroa da Pina? Ela estava fazendo um tratamento para reduzir a barriga. Tirar banha, recauchutar a borracharia, essas coisas.
O médico mandou que ela passasse uma pomada para as estrias.
Ela perguntava como passar, quantas vezes por dia, qual quantidade.
O médico foi perdendo a paciência com tantos detalhes.
Ela insistindo, levanta a bola:
Doutor o senhor disse para passar em movimentos circulares. Sentido horário ou anti-horário.
Horário, dona Gertrudes, senão desatarraxa o umbigo e cai a b....!
Não ria, não! Tem pior!
Teve o caso de um parto que a mulher falava tanto, tanto que o anestesista disse-lhe que se ficasse falando muito entrava ar na barriga e ela nunca mais emagreceria.
E ela acreditou?
Acreditou e o marido dela ficou amigão do médico.
Garçom, desce mais duas que a conversa está ficando boa!
E outro prato de farofa para "molhar" o espetinho...!
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Pedro Galuchi
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