Nestes dias de Feirão, digo Bienal, do Livro de São Paulo observei a reação das crianças frente ao mundo das letras.
Crianças pequenas em fila, seguindo monitores ou professoras, vibravam quando encontravam alguma atividade diferente de estantes cheias de livros inacessíveis nos estandes.
Havia contadores de histórias, clowns, personagens infantis da literatura.
Os olhinhos brilhavam.
Chamou-me a atenção uma contadora de histórias que contou uma história apenas com mímica.
De outra parte, já relatei minha emoção quando uma criança de uns dez anos ao ler meu crachá de “autor”, puxou a professora pelo braço e apontando para mim, o ET, disse-lhe: Tia, uma autor, um autor.
Isso eu vi com outros autores rodeados de crianças em diversos lugares.
Ou seja, todos autores são, num primeiro momento, admirados pelas crianças.
Elas percebem que estão ali.
Que andam, comem, bebem, respiram.
Estão vivos.
O público existe e muito.
É preciso tratar bem dele.
Repetindo, em letra maiúscula para que nossos governantes ouçam:
É PRECISO TRATAR BEM DELE.
Aproveitar a curiosidade latente da criança e matar-lhe a fome de saber, de conhecer.
Onde esbarra a dificuldade?
Na falta de incentivo a novos autores.
No custo para edição de um livro.
È muito caro para a população comprar um livro.
A quantidade de autores criativos é imensa.
Nos mais diversos assuntos.
Isso, tenho certeza, não falta.
Agora para terminar, escutei uma frase de um garoto, de uns dez anos, que embarcou no navio por engano.
Ele perguntou a professora:
Aqui não tem cama elástica?
Meus neurônios sim viraram elásticos e ficaram batendo no cérebro perguntando-se:
O que será que andam dizendo para as crianças no assunto cultura e literatura?
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Respondendo a quem me perguntou onde anda o Jorginho.
Dei-lhe férias, porque a série B está de doer...
22 agosto 2008
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Um comentário:
Ei, "tio", não contaram? Onde tem um mundaréu de criança, com certeza tem cama elástica!
Eu queria um dia ver um Brasil mais lido, com presidente que gosta de ler, que incentiva os estudos e que não bata no peito que o diploma que ele precisava estava em suas mãos, justamente o de Presidente desta dita República.
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