24 junho 2008

DOLCE FAR NIENTE



I
Paciência.
E la nave vá...
Telefone interrompendo o cafezinho.
Ele não pode atender.
Vou anotar o recado.
Onde pus a caneta?
Achei!
Embaixo do jornal.
Quem terá deixado aberto?
Está anotado.
Assim que ele chegar eu passo.
Se tiver um tempinho.
Tem gente que não tem o que fazer!
Assessor sofre demais.
Perdi a partida!

II
Botox, cabeleireiro, manicura.
Quantos afazeres!
Esses protocolos me cansam.
Não nasci para isso.
As estrelas no jardim do palácio.
Organizar a quadrilha.
Aparecer em tantas fotos.
Socorro, salvem-me!
Fui esquecida no carro.
Sou cidadã italiana.
Olhem o respeito!

III
Cumpade!
Oi!
Se ventar vamos ganhar um dinheirinho.
Pruquê?
Caiu uma mala de dinheiro dum carro e espaiô um monte de nota do outro lado da estrada.
Vamos torcer, cumpade!
Vamos!
Quem sabe deus dá uma sopradinha.


IV
Está escrito!
Irmãos, aproximem-se!
Ouçam a palavra!

V
Esse é um país que vai pra frente...
Ô, ô, ô...
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VI
Você não, hein Jorginho!!!

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