21 junho 2008

DEFESA DO CONSUMIDOR É CHUTAR O BALDE

A despeito da vigência do Código de Defesa do Consumidor, muitas vezes devemos chutar o balde para sermos atendidos em nossas reclamações.
Exceto no tempo em que era professor da rede pública e tinha uma paciência que até eu estranhava, minha paciência limita-se aproximadamente a terceira explicação ou transferência telefônica no atendimento.
Aí, com todo respeito a ignorância ou incapacidade de compreensão de quem está do outro lado da linha ou do balcão, parto para a ignorância e chuto o balde.
Não tem muita saída.
Ou chamo um advogado, para que com uma linguagem mais simples possa fazer o interlocutor entender que eu só quero reclamar de um produto, saber por que a cobrança é indevida.
Ou chamo o interlocutor de idiota.
Essas coisinhas do gênero.
A terceira opção é escrever para a coluna de direitos do consumidor de algum jornal.
Via de regra, quando você chuta o balde ou dá um murro no balcão, você passa a ser atendido de má vontade, mas, na maioria das vezes, sua explicação se torna mais plausível, chega alguém que lhe compreende melhor e atende .
Minha avó, boa conselheira, sempre dizia que um balde não deixa a porta se fechar, enquanto colocava o balde perto do batente para impedir que a porta batesse.
Alguém sabe onde colocaram aquela placa “O cliente sempre tem razão”?
Retiraram para instalar os telemarketings e perderam.
Os SAC são um “saco”.
“Você ligou para... (interatividade)... Disque 147 para falar com a telefonista ou para qualquer outro ramal que o atendente está ocupado. Agradecemos a sua visita, retorne a sua ligação. Você é muito importante para nós.”
É assim ou não é?
Entendeu?
Minha paciência acaba na terceira tentativa, lembre-se.
Recentemente tive problemas com quatro produtos de empresas particulares.
Coisinhas simples.
A placa-mãe de um alarme que não disparava, um tênis que descolou a sola, cinco litros de leite longa vida que vieram estragados e um varal automático que não travava.
Em apenas um dos casos não tive que chutar o balde.
No mais caro. O Alarme.
Um técnico me atendeu na primeira chamada, expliquei só uma vez o problema e foi-me enviada, em dois dias, outra placa muito mais avançada que a original.
Sem qualquer custo e nem pediram o envio da peça danificada.
Acreditaram e pronto.
Se precisar, comprarei o produto catarinense novamente.
Coincidência ou não todos os demais produtos, em tese, eram destinados a um público de renda menor.
Com menor poder de fogo, seria isso?
O valor seria insignificante e as pessoas desistem.
Só não fui ressarcido no varal, porque percebi que tinha cometido uma enorme besteira de não prestar atenção e era um produto Maide in Chaina, ou seja uma... (interatividade) mesmo.
Nunca mais comprarei leites daquela marca, que a dona Jussara prometeu me ressarcir e buscara o resto do lote e não vieram, nem deram satisfação.
Consegui depois de trinta dias, num Olympico chute no balde, que a loja trocasse o tênis, mas soube que a pequena loja não foi ressarcida ainda.
Quando vamos ter que parar de chutar o balde para sermos bem atendidos neste “braziu varemnós”?
Entenderam?
Não explico mais.

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