11 fevereiro 2009
VAMOS CURTIR UM NARGUILE?
Outro dia, no salão de jogos de um prédio, vi um garoto, de uns dez anos, com um aparelho estranho nas mãos, aspirando fumaça.
Assustei-me!
Na minha imodesta ignorância, penalizei-me ao imaginar sofresse de alguma doença pulmonar e aquilo fosse um vaporizador, um respirador artificial.
Não era!
Entre risinhos, explicaram-me que era o Narguile...
Até eu entender o nome, o aparelhinho já havia passado por outras duas bocas adolescentes.
Isso não faz mal, emendou o interlocutor que me explicou.
De onde saiu isso, retruquei.
Costume árabe. Você não assistiu o Clone?
Pensei na ovelha Dolly, mas ele se referia a uma novela da Venus Platinada, exibida no final do século passado - dito assim, parece mais antiga, nostálgica.
Essas macaquices dos fãs, pensei.
Vestimentas imitando viúva Porcina não faziam mal à saúde, mas o “narguile da Jade” faz.
Não avançarei na seara da discussão técnica, mas é claro que qualquer alteração constante na temperatura interna do corpo faz mal às células degenerando-as e destruindo-as, ocasionando um câncer.
O produto faz tanto mal que mesmo em países atrasados em saúde pública como o braziu sua venda é proibida a menores.
Enquanto eu fazia minha cara de “ah! é”, ia observando o brinquedo passando de boca em boca.
Rodava mais que cuia de chimarrão em roda de gaucho.
Será que os adolescentes sabem o que é herpes?
Deviam ser informados que em países onde o uso do Narguile é acentuado, existe um alto risco de transmissão de hepatite A, herpes e tuberculose.
Meu interlocutor entendia do assunto e animou-se.
Não ligue, não! Tem diversos sabores. Pêssego, maçã-verde, coco, flores e mel, disse-me entusiasmado.
Meio sem jeito, perguntei se não seria mais seguro e salutar comer o pêssego e a maçã-verde, tomar a água do coco, sentir o perfume das flores e tomar uma colher de mel?
Ele riu de minha chatice inquisitiva e explicou que a água que vai dentro purifica e dissolve a fumaça.
Minha cara deve ter sido a de “não acredito!”.
Fui ler sobre o assunto.
A água potencializa a fumaça e amplia o mal ao dissolver as toxinas.
Estas podem, óbvia e efetivamente, causar câncer de pulmão, doenças cardíacas, tuberculose, herpes, hepatite, infarto, pneumonia e disfunção erétil.
Sem contarmos o risco de algum maldito traficante infiltrar-se no grupo e colocar uma dosezinha de crack, às escondidas, no brinquedinho.
O que posso fazer ante a publicidade midiática que divulga esses vícios?
Só lembrar, agora modestamente de verdade, que provavelmente um dia o garoto precise realmente de um respirador artificial, face aos danos que lhe causarão o uso do tal de Narguile...
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Jorginho! Tem serviço contra a sapaiada e a população lá de Mogi Mirim está brava.
Com razão!
O prefeito aumentou em 13% o preço da passagem do ônibus na cidade...
Jorginho! Num deixa eles descontar em nóis que nóis num quer levar fumo.
Nóis num é Narguile...
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