Navegando por um jornal ou li na Internet, não me lembro.
A notícia dizia dos riscos em deixar que preencham seu cheque através daquelas maquininhas automáticas.
Seu cheque é colocado no microondas, o valor apagado e pronto.
Você foi lesado mais uma vez.
O cheque é esquentado e você entra numa fria.
Se o golpe pega, a lavagem de dinheiro será substituída pela secagem do cheque.
Nem sei o que pensar.
Talvez a solução seja desfraldar antigas bandeiras:
“Abaixo o capitalismo!” “Não ao consumismo!”.
Como?
Você é instigado o tempo todo ao consumo desvairado.
É loja vendendo carnê e dando de brinde um produto, templos do melhor deus, panfletos de “deliveri”, as pragas do “telemarquetim”.
Interatividade aí, pessoal!
Animei-me e fui às compras.
Eu ainda vou às compras.
Muito raramente, mas vou.
Fisicamente.
Diz a lenda que é um perigo fornecer “cepeefe” pela rede mundial.
Vai aparecer um “raquer” e sacar todo seu dinheiro da poupança.
Bons tempos aqueles em que o gatuno só levava a carteira do bolso da poupança.
Deixe-me ver.
Posso fazer compras até R$ 500,00 por dia.
Os bancos determinaram que esse é o limite para você tirar o seu dinheiro da máquina deles.
E não adianta querer gastar mais através do cartão de débito.
O sistema não aceita. Vou passar vergonha.
Tenho que tomar outros cuidados.
Nem pensar em deixar o cartão na mão do frentista, do garçom, de qualquer um que estiver no caixa.
São todos larápios.
Vão “clonar” seu cartão e você, ó...
De qualquer maneira, tenho os quinhentinhos.
Pronto escolhi os produtos, enchi o carrinho.
Oh! Moça! Vai devagar!
Assim você arranca as escamas da garoupa, tira as pintas da onça, depila o mico leão dourado, depena a arara e a garça, arranca a casca da tartaruga, tira as rugas da coroa da cara da cédula.
Já perceberam como ficam microorganismos nas unhas das caixas de supermercado de tanto que elas arranham as notas?
E o olhar de super-homem atravessando o oceano de micróbios em busca da marca dágua?
Oba! Minha nota não era falsa.
Claro que não. Peguei de um ambulante na 25th Mars Avenue. Eles lá deixam passar nota falsa?
É mais seguro que o caixa automático.
Onde tenho o maior cuidado.
Existe um dispositivo que rouba os dados magnéticos do chip do cartão.
Um tal chupa-cabra.
Nesta loja não aceita cartão de crédito?
E débito?
Redechópi?
Não?
Só visa eléquitron.
E a maquininha está quebrada.
Mas, vou comprar... Vou comprar... Vou comprar...
Tenho uma folhinha de cheque.
Não devo andar com o talonário todo, porque há o risco de furtos.
Nananananananão.
Não vai preencher na maquininha, não.
Não leu o começo da crônica?
Vai pegar meu cheque, colocar no microondas e adulterar.
Nem pense em me emprestar a caneta.
Eu sei que é daquelas que a tinta é lavável.
Pensa que vai me enganar?
Meu erreje. Está no cheque. O nome está diferente, mas pode ver que a foto lembra. Foi antes de eu alisar o cabelo e descolorir.
Ainda não mudei o nome depois do segundo divórcio.
A carteira de motorista?
Ai! A última que comprei o DETRAN tomou de volta.
O telefone é celular pré pago. Mas eu mudo todo mês quando surge um modelo novo.
Meu endereço? É que estou sendo despejada. Marca a da Zinha, minha irmã.
Rua Um, número Sete, casa Um.
O número da certidão de óbito da vovó eu não trouxe.
Ufa! Consegui finalizar a compra.
Mas que é desagradável, é.
Oh! Povinho desconfiado. A gente parece falsificador.
Agora, chega! Deixe-me saborear minhas compras.
Ah! Não.
Outro produto meide in chaina.
“Abaixo o consumismo!”, “Abaixo o capitalismo!”, “Viva a revolução comunista!”
21 agosto 2008
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2 comentários:
Cuidado ao sacar os quinhentinhos. Não se esqueça de que também tem um monte de gente de olho para te sequestrar e assaltar...
Você tambem recebeu esse email do microondas?!
Caramba! E eu adoro que preencham o cheque para mim! Faço compras pela internet, pego caneta que me oferecem (mesmo porque eu nunca acho a minha que está naquela bolsa imensa), uso cartão a torto e a direito.
Mas... Detesto fazer compras... Ufa! Que sorte a do meu marido! :)
Bjs
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