PARECE BRINCADEIRA!
Duro... Mole... Duro... Mole...
Quem lembra da brincadeira?
Sem sacanagens com a minha idade e estado de “espírito”...
Para os neófitos, duro-mole era uma brincadeira tipo pega-pega.
Metade da turma era a perseguida (sem maldade), a outra metade corria atrás da perseguida. Coloquem o nome que quiserem nessa turma, mas vou chamá-los de pegadores.
Apropriado, não?
Quando um dos pegadores conseguia bater nas costas de um perseguido, gritava: Duro!
Importante: tinha que ser nas costas, não valia passar a mão em outra parte do corpo.
O que era tocado tinha que ficar estático.
Quem capturava, ficava com um olho no peixe, outro no gato.
Não podia ficar “guardando caixão ou defunto”, mas tinha que impedir que algum amigo do “duro” tocasse nele e gritasse: Mole!
Se isso acontecesse o duro ficava mole e podia continuar fugindo.
Perguntaram-me se o nome da brincadeira não seria Hábeas-Corpus?
É mole?
O duro é que tem lógica.
A PF (Polícia Federal) faz escuta telefônica, dá nome super-hiper-mega-secreto à operação, tipo assim “Corrente Clepsidra Camaleônica”, apelidada de CCC em homenagem ao Comando de Caça aos Comunistas, para disfarçar e evitar sub-grampos, dentro da própria PF.
Cuidado... Cruzou a linha.
Onde eu estava mesmo?
Ah! A PF investiga, investiga, investiga, investiga, investiga muito e identifica a quadrilha e suas 121 ramificações com 11 deputados, 3 senadores, 23 prefeitos, 41 fiscais, 19 vereadores, 7 banqueiros e 17 assessores ligados as mais diversas classes sociais envolvidos.
Desmascarados os suspeitos, comprovado o crime, chamam, com exclusividade, a Vênus Platinada, metem o pé na porta e gritam: Tejem presos!
Prendem e arrebentam, não necessariamente nesta ordem, algemam todo mundo, apreendem computadores, dezenas de CDs piratas de grupos de pagode e axé, filmes pornôs e tudo mais que seja perigoso e suspeito e saem com escolta de 37 automóveis para a sede levando todo mundo para a suíte-xilindró onde, imaginamos e desejamos, passarão o resto de seus dias...
Digo, de seu dia...
Porque...
Amanhã vai ser outro dia...
Lembram desse verso da música Apesar de Você, do Chico Buarque?...
Acho que era 1968, o ano que não acabou!
Dizia mais: “Hoje você é quem manda, falou ta falado, não tem discussão...”, viu PF?
Vem o outro dia, que pode ser no mesmo dia, dependendo da agilidade dos advogados.
O leitor não deve ter percebido que facilitamos a vida dos advogados.
Colocamos sempre números primos para a quantidade de pessoas presas.
Facilita a argumentação, que coincidentemente psicografei.
“Restará provada a inocência até pela impossível divisibilidade justa de valores desviados do patrimônio público.”
“Impossíveis também as parcerias. São figuras ímpares. Ninguém é parceiro de ninguém e não sabia de nada.”
“Tudo culpa do laranja que emprestou seu endereço em troca de uma câmera fotográfica, dois pacotes de salgadinho e um maço de cigarros.”
Observação “esclarecente”: O laranja, muito provavelmente, será o único preso e condenado ao final do processo.
Diante dos argumentos consistentes, da falta de provas evidentes, o Magistrado bate a varinha no ombro dos presos e sussurra: “V.Exas. não merecem o encarceramento!”
Ou seja: Tejem soltas!
E não se fala mais nisso!
Rapadura é doce, mas não é mole não!
Quem é mole é a Maria, que é um docinho de coco...
Não concordo... Docinho de coco é a atriz da novela depois do jornal.
Lembra quando a gente brincava de duro-mole?...´
Fala nisso, não... Uma coisa puxa a outra...
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Jorginho, vê se não dá mole hoje...
Trabaia direito pros home de preto não tê que ajudá...
Tá ficando muito descarado...
11 julho 2008
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