
Há mais de trinta anos, nos tempos em que eu corria, diariamente e com alguma velocidade, no Parque do Ibirapuera, instalou-se, timidamente, um rapaz que começou a consertar bicicletas...
Depois passou a locação...
Tornou-se folclórico,...
Ponto de referência...
Local para entrega de chaves e achados e perdidos...
Emprestava ferramentas...
Eu mesmo cheguei a socorrer-me delas...
Tornou-se, no decorrer dos anos, um grande empreendedor do ramo de locação das ditas bicicletas... Tinha mais de 300 disponíveis...
Patrimônio do Parque?
Todo freqüentador do Ibirapuera já ouviu falar do Maisena...
A Prefeitura quer retirá-lo do Parque...
Essa noticia era em 2002...
A Prefeitura apreendeu suas bicicletas...
Essa é atual...
Essa briga arrasta-se há anos...
Quem está certo?
Há o lado folclórico, romântico de um rapaz que, à primeira análise, faz um bem à comunidade, oferece um produto que agrada a jovens e idosos...
De outra parte, há a necessidade de regularizar-se a ocupação do Parque...
Estudamos pedir a posse da área, argumenta seu advogado...
Epa, epa, epa!!!...
Não é bem assim...
Daqui para frente eu começo a discutir...
Vou querer um pedaço da pista de cooper, pois corria lá desde 1970, entre os eucaliptos, antes dela ser demarcada e existir propriamente...
E o Maizena, que meu corretor de texto insiste em chamar corretamente de Maisena, há muito tempo deixou de ser um serviço, digamos assim, para afastar alguém do desemprego...
O antes folclórico Maisena, ou Maizena, tem hoje quiosque, empregados, atendentes...
Então deve, sim, cumprir a legislação pertinente, que proíbe o comércio dentro do Parque...
Ou então todos os vendedores de cachorro quente, pipoca, locadores de bicicleta tem o direito igual...
Por via das dúvidas, vou atravessar a calçada e continuar a minha, hoje, lenta caminhada longe desta discussão, para evitar que os inflamados e organizados defensores da anarquia venham-me atirar pedras...