28 março 2008
EU VI UMA SEREIA...
Eu vi uma sereia...
Apareceu do escuro a cantora...
Saia toda colorida até onde os pés não alcançavam mais...
Ajoelhou-se sobre o palco, dobrou-se como estivesse num rochedo em alto mar...
Olhou para o alto...
E soltou a voz...
“Um pequenino grão de areia, que era um eterno sonhador...”
Fui junto com o grão de areia namorar a estrela...
Lá estava ela piscando...
Enciumei-me à concorrência do grão...
“Passaram anos, muitos anos...”
Fui vendo os anos passarem...
Enfeitiçado pela sereia...
Quando dei por mim, não é que o danado do grão de areia tinha seduzido a estrela...
Ela deve ter descido até a praia...
Afinal, a sereia continuava seu canto...
“...Depois, muito depois, apareceu a estrela do mar...”
Eu bem que gostaria que a estrela tivesse dado uma oportunidade para mim...
Misto de frustração e êxtase, abri os olhos...
Ela parara de cantar e, ainda, olhava para o alto...
Essa sereia me enganou...
Fez-me pensar que a estrela fosse possível de ser alcançada por um grão de areia...
Mas, deixa estar...
Aquela sereia foi minha por alguns segundos...
Maravilhosamente encantadora...
Agora, eu acredito em sereias...
Elas existem...
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Sobre apresentação da cantora maranhense Flávia Bittencourt, interpretando Estrela do Mar(Paulo Soledade e Marino Pinto), no SESC Santana (SP) em 26 março 2008
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