18 abril 2010

DIARIO DE UM DIA SEM TER O QUE FAZER

Meu diário,

Ontem amanheci com um jeitão de quem não teria o que fazer.
Viva o ócio!
Mas, todos os dias?
Calma! Hoje era sábado.
Confere o calendário.
E aproveita corrige o português.
Caracas! Está bem, oh! Grilo! Putz grila!
Hoje é domingo e ontem era sábado.
Que diferença faz se o não tem Culto ao Manto até o mês que vem?
Olhei a agenda.
Nada...
O calendário.
Consulta médica para dia tal, ypsylon e xis.
Nenhuma para sábado passado que era presente ontem de manhã.
Chinelão, bermudão de surf típico de velho que quer ser assaltado na praia, vamos à luta.
Jogar paciência no computador e xeretar emails que não chegam nunca ou vem com repetitivos slides melódicos positivistas ou políticos com piadinhas e denúncias corriqueiras de fazer o PT subir a Serra e dizer nesta somos inocentes.
Epa!
Um email me convidando para uma reunião ao meio-dia.
São onze e vinte. Dá tempo.
Isto é, dá tempo de chegar atrasado. Mudaram todo o trânsito da região. Acho que é para provar que antes não era tão caótico.
Imitando aquela antiga canção, decido: Vou de busão. Afinal não tenho grana para o táxi, pois o governo não se decide se devo receber sete ou sete ponto sete de reajuste de pensão... Enquanto eles pensam, a gente vai encomendando um caixão mais baratinho no consórcio da funerária.
Saio voando de casa.
Pressa para que? Lembre-se que o trânsito está parado.
Meio dia e dez ainda não tomei o ônibus. Mas já descobri onde ele para. Para pegar passageiros, porque ele está paradinho lá longe há uns cinco minutos.
Ufa! Depois de quarenta minutos para andar seis quilômetros cheguei à reunião.
Em priscas eras, quando treinava, faria o percurso em vinte e cinco minutos.
Blablablablablablabla para lá... Blablablablablablabla para cá... Quinze horas e terminou a reunião.
Só voltar pra casa.
Se eu achar onde colocaram o ponto de ônibus.
Pergunta daqui, pergunta de lá e uma certeza.
Ninguém sabe direito.
O que são vinte minutos de caminhada até o metrô?
Chego em casa e preparo-me para o repouso do guerreiro.
Irresistível! Uma xeretadinha nos emails.
Caracoles! Lançamento do Livro “Hífen-Cai-não-Cai” da amiga nova Jeanny Matos às dezesseis horas.
Mas são dezesseis e trinta.
Ônibus nem pensar.
De metrô, cheguei às dezessete.
Encontro o Ferretti, de visual careca novo. A careca é velha, mas escondia debaixo da boina.
Ficou parecido com o Roberto Carlos quando chegou ao Corinthians. Um pouco mais robusto.
Pedrão! Tem um sarau na Casa das Rosas às vinte horas.
Chamem o Takeo, por favor! Estou sem material.
Volto para casa quase no ritmo de quando treinava e consigo estar esperando o ônibus às dezenove horas.
Vejo discussão de idosas no ônibus, críticas ao Prefeito e ao Presidente que não andam de ônibus, ao motorista que não para no ponto.
Foi legal! Distraiu os vinte minutos para andar três quilômetros, comprovando o ritmo indicado no parágrafo lá atrás.
Após o sarau, que foi muito legal, coisa e tal...
Fazer rima pobre não é nada original, concordam?
Lá estou eu às vinte e duas horas esperando ônibus na Avenida Paulista.
Fica aí, Pedro Pedreiro pensando.
Esperando, esperando, esperando, esperando...
Vinte e dois minutos... Cheguei a achar que um avião tivesse caído no ônibus Aeroporto.
Meia noite, outro banho tomado... Que meu vizinho venezuelano que não toma banho todo dia não me ouça...
Ufa! Para quem não tinha o que fazer quando levantei, até que foi agitado...
Peraí, estômago!
Alô! Ainda dá tempo de pedir uma pizza?

2 comentários:

Anônimo disse...

Ufa...voltou a treinar para a Maratona???Pensei que a vida de gente da "mídia" fosse mais tranquila!
"Agora quem dá bola é o Santos....'
Abraço.

Contos Ferrettianos disse...

Eu ia te chamar de careca, mas como você está bloqueando as ofensas, eu vou deixar quieto. Super divertido este texto. Principalmente quando fazemos parte da história e notamos que escreveram o nosso nome de maneira correta. Parabéns. (Ferretti)