13 abril 2010

O DIA EM QUE ME TORNEI VEGETARIANO

A maminha é minha.
Não, senhora! Eu pedi primeiro...
Mas, é minha vez...
Calma, gente! Tem maminha para todo mundo.
Não quero mais. Quero a ponta do filé.
Mas, agora sou eu...
Ele está me atendendo.
A senhora furou a fila...
Não furei. Fui olhar a lingüiça.
Lingüiça ou salame?
Pode colocar junto com a maminha.
Isso aos berros.
Servido meu quarto de quilo de queijo fico observando o entorno.
Não havia fila nem discussão no setor de horti-frutis.
A alface estava verdinha, os tomates vermelhinhos, assim como a melancia.
Cenouras esbanjavam colorido ao lado de insossos chuchus.
Cebolas choravam ao lado das batatas, enquanto o alho gritava espantando vampiros.
Couves-flor refesteladas.
Na minha lista de compras até constava carne moída para sopa e almôndegas.
Pensei bem e preferi não enfrentar a fila, nem a fúria de carne.
Deixarei o churrasco para a sexta-feira da paixão.
Enquanto isso, levarei uma vida vegetariana.
Vai que encontro uma dona brava e só por causa de uma maminha resolve quebrar a sombrinha em mim.
Agora só falta eu aprender um mantra.

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