12 janeiro 2009

FLANELINHAS DA AREIA



Oh! Doutor! Pode sentar na cadeirinha.
Eu trouxe a minha!
E pode comer espetinho e tomar cerva lá no quiosque na sombra.
Obrigado, mas eu trouxe a geladeira com as latinhas, marmitex com o franguinho e guarda-sol...
Meu rei, então não pode ficar na área do meu quiosque. Tem que pagar cem pila de consumação. Olhe a placa!
O que?
É área VIP dos meus clientes.
Sua área? Tem escritura? Paga laudêmio?
Não, mas o pedaço é meu.
Para não discutir, até onde vai seu pedaço de praia?
Bom, falando sua língua, doutor.
Faz divisa à esquerda com o quiosque 37, à direita com o quiosque 35, à frente onde a onda quebra e atrás na mureta da praia.
E onde posso sentar, então?
Aí, eu já não sei...
Isso é um absurdo! Vou embora desta praia.
Doutor, para não dizer que é má vontade minha. Tenta ir lá para a ponta que é mais barato.
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O fato ocorre na cidade do Guarujá, mesma cidade onde há um mês foi denunciado que um condomínio fechava uma praia.
É explicito e notório, mas nada é feito para impedir.
Nem pela Prefeitura que administra os quiosques, nem pela Policia Militar diante do crime de extorsão, nem pelo Governo Federal que deveria cuidar para que o bem público – praia – não seja explorado sem autorização.
Será que esses “flanelinhas da areia” pagam ISS, IR pelo rendimento que auferem alugando a praia?

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