23 dezembro 2007

PREDIOS QUE CAEM E QUE NÃO SOBEM


“ A construção de prédios de maneira irresponsável pode prejudicar gravemente milhares de pessoas. Só em Pernambuco, estima-se que mais de três mil edificações no estilo “caixão” precisam ser interditadas. A região metropolitana do Recife é hoje o centro de um fenômeno assustador que compromete a imagem da construção civil brasileira. Entre 1998 e 2004, sete edifícios desabaram. Várias pessoas morreram. Os sobreviventes lutam por indenizações e pela punição dos culpados. Ainda há centenas de famílias que moravam em conjuntos habitacionais financiados pela Caixa Econômica Federal e que foram obrigadas a desocupar seus apartamentos, antes que os prédios desabassem sobre elas....”
“...Conjunto Jardim Petrópolis, bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife. Mais de seiscentos apartamentos divididos em blocos de três andares – edifícios do tipo “caixão”, construídos há aproximadamente quinze anos e financiados pela Caixa Econômica Federal. A concretização do sonho da casa própria de centenas de famílias de classe média baixa. Infelizmente, não demorou muito e os moradores perceberam que, na verdade, fizeram um mau negócio. Dois anos depois de ter sido entregue, ouviu-se um barulho muito forte, como se fosse um prédio caindo. Quando chegamos, a cisterna tinha desabado, formando uma enorme cratera...”
“... Vários engenheiros da Caixa vinham, olhavam, levavam informações e nunca traziam nada de volta”. Um dia veio a bomba. Dona Maria recebeu um laudo técnico da Caixa Seguradora comprovando o que mais temia: o bloco onde morava podia desabar a qualquer momento...”
“...Um engenheiro civil da Caixa Seguradora destacou uma das causas da instabilidade dos prédios.: - Normalmente, em edifícios deste tipo – caixão - temos o embasamento em tijolos, em alvenaria, cerâmica, para se ter um produto cerâmico de resistência, teria que ser feito o cozimento a mil graus centígrados, em fornos elétricos. No entanto, as cerâmicas da nossa região são todas feitas a lenha, e só atingem 600 graus centígrados. Em função disso, esse material não é um sólido perfeito. A umidade deteriorou por completo essas cerâmicas, é quase uma farofa...”
Sem saber, compramos uma coisa com muito sacrifício, dinheiro suado. A gente veio morar aqui na intenção de, enfim, ter uma casa própria. E de repente vê tudo desmoronar, acabar... “

O texto até aqui não é meu...
A matéria foi exibida no Via Legal 166 em 9/11/2005 pela jornalista - Nadya Alencar

O tempo passou e parece nada foi feito além de orações para Padim Ciço...
Nesta semana, lá em Jaboatão dos Guararapes (Pernambuco), um prédio de quatro andares afundou cerca de 80 centímetros e nestas horas está sendo demolido.
Todos financiados pela Caixa Econômica Federal...
Que deveria, mas não fez a fiscalização sobre a obra...
Quedas de prédios não é privilégio pernambucano...
No Rio de Janeiro, em 1998 caiu o edifício Palace II do deputado Sérgio Naya, que foi absolvido pela Justiça em 2005...Como curiosidade mórbida, o prédio pernambucano era estilo “caixão”... Não sei exatamente o que significa isso, mas deve algo onde as pessoas vêem morrer seu sonho de casa própria, quando não morrem na expressão exata da palavra...
Fica-me a dúvida sobre o que é pior... Ver seu sonho da casa própria desmoronar fisicamente ou por analogia...
O sonho da casa própria se esvaiu para quem comprou prédio da ENCOL, está se esvaindo para os cooperados da BANCOOP e é pesadelo quase certo aos que são brindados pelos financiamentos bancários...
O braziu tem muito a aprender sobre moradia...
No fundo, no fundo o brasiuleiro é um “sem teto” nato...

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