Caminhava a uns cinco metros antes da cena.
Entre os buracos da calçada, cartazes de candidatos e ambulantes o jeito é o transeunte trafegar pela rua.
Era o que o casal fazia.
Na saída da oficina, um mecânico olhando para o lado oposto sinalizava o tradicional “pode vir”.
“Pode vir” significa “vem que eu não estou vendo nada”.
Não estava mesmo.
Ou ele não viu o casal caminhando pelo meio fio ou o motorista não estava nem aí para suas orientações.
Um grito de alerta e uma freada brusca.
O casal freou bruscamente, com o rapaz puxando a moça pelo braço.
O carro? Seu motorista continuava a manobra à ré.
O rapaz deu um tapa na lataria do ponto zero.
Isso não! O motorista, aí, sim, freou e abriu o vidro do carro, com expressão entre curiosidade e revolta pela agressão que o carro sofrera
O diálogo foi mais ou menos este:
O senhor não está vendo a gente?
Vocês não estão vendo o carro?
O mecânico sinalizador desapareceu, pois não era com ele.
O senhor precisa tomar mais cuidado.
Vocês precisam olhar por onde andam. Lugar de pedestre é na calçada.
Fez um gesto de desdém e foi embora.
Inacreditável!
Só faltou um agente da CET multar o casal por andar na contramão.
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Um comentário:
Mas é claro que é um abuso de força, isto! Onde já se viu? Em caso de colisão, como poderia o pobre veículo, feito apenas de metal, sobreviver a duas pessoas feitas de carne e sangue melequentos e ossos duros?
Deviam era prender todos os pedestres, por ameaça à paz no trânsito!
Estou de volta. Devagar e sempre, mas de volta, e para ficar.
Abraços!
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