06 setembro 2010

CHURRASCO COOPERATIVO ACABA MAL

Não deu na imprensa!
Um passarinho, que pediu sigilo, me cantou que um churrasco, sem pagode, realizado no domingo terminou em confusão, com promessas de processos.
Por falta de laje, o pessoal resolveu fazer um churrasco numa churrasqueira.
Parece óbvio, mas muitos churrascos são realizados em tambores, grelhas sobre tijolos, et coetera.
A confusão começou na organização. Alguém tinha lido que autogestão e sistema cooperativo barateava custos. E explicou: Fazemos uma previsão de despesas e depois acertamos as diferenças. Pode ser até que sobre algum.
Apesar de protestos que a tradicional “vaquinha” com arrecadação antecipada e limite das despesas era melhor, após algumas questões de ordem discutidas por email, colocaram em votação...
Por pequena maioria ganhou a tal de autogestão cooperativa.
Eu administro as compras, se propôs o autor da idéia. Compro picanha, lingüiça de primeira. Nem precisam se preocupar em fazer lista, trazer sobremesa.
Combinou um adiantamento e depois cada um complementaria sua “cota-parte” das despesas, se houvesse necessidade.
Alertou que se alguém levasse cunhado, este teria que pagar também.
Um expert pediu: Cerveja só de prima e refrigerante light, que a patroa precisa emagrecer dois quilos, gente boa!
É sempre assim... Antes das primeiras talagadas todo mundo é boa gente.
Depois a língua se solta. Tímido faz discurso. Solteiro bota o olho em casada. Essas coisas normais. Fica parecido com churrasco em laje.
A princípio, alguém reclamou que a picanha parecia carne de vaca.
Outro percebeu que a segunda leva de cerveja não era de primeira.
E o “refri” light, me desculpem os amantes da velha e boa, estava com gosto de tubaína.
Mas, não foi esta a causa da confusão do churrasco em churrasqueira. Mal ou bem estavam satisfeitos.
Foi a autogestão.
Pança cheia e restos de bife entre os molares, conversavam amenidades e faziam discursos pós-almoço.
Atenção, todos! Pediu o “gestor”. Temos que arrecadar o rateio, antes de irmos embora.
Rateio? Entreolharam-se. O que é isso?
O gestor tentou explicar: É o saldo devedor que cabe a cada um em sua cota-parte referente ao déficit sobre o orçamento previsto quanto as despesas originais. São cem reais cada um.
Caracas! Mas só teve Original na primeira rodada. Depois foi tudo das mais baratas... reclamou um dos presentes.
Psiu... Fica quieto...
Peraí... Já paguei cem reais... levantou-se um braço.
Cadê as contas?... protestou outro.
Estão aqui... O gestor levantou um papel todo rabiscado...
Estava instalada a discussão.
Deixe-nos ver... quase em coro...
Depois eu mostro...
Tem as notas fiscais?
È que tem umas despesas confidenciais. Para baratear comprei coisas sem nota. No mercadinho de um primo da minha cunhada.
Isso é sonegação de impostos e eu quero abater a Nota Fiscal Paulista no meu IPVA, intrometeu-se outro...
Oh! Pessoal... Nem estou cobrando meu trabalho... Só inclui as despesas de gasolina e uma troca de óleo...
Troca de óleo? Que história é essa?
É que no caminho do mercadinho, eu precisei passar na casa de uma tia no interior e a Kombi baixa óleo... Vocês entendem...
Não! Uníssono...
E o que sobrou? Quero meu marmitex... outro protesto.
Eu trouxe bebidas extras, palpitou um cunhado...
Perdido totalmente o controle da situação, um celular disparou para o 190, para denunciar o 171, que se prenunciava.
Acuado e sem mais argumentos, o gestor propôs: Não vamos brigar... Façamos um acordo... Fica por metade do preço... Cinqüenta cada... Está bem, assim?...
Não teve acerto.
Não deu na imprensa, nem os policiais fizeram boletim, mas o passarinho jura que aquele pessoal nunca mais faz churrasco no tal de sistema de autogestão.

Um comentário:

Anônimo disse...

A culpa pelo malfadado churrasco é do tal Fórum dos Churrasqueiros, ou seria o Fórum dos "Churrascados"?

Enfim, paguei pelo churras, não recebi a minha maminha e para receber o meu quinhão terei que fazer um churras com as próprias mãos.

Ass.: Tcurrasco da Zêéle.