09 junho 2009

GENTE ENROLADA!

GENTE ENROLADA

Fala, aí, Zé Barbante!
O que foi, Novelo?
Como tem gente enrolada!
Juro que não vou falar de rolos de membros do governo e do PT.
Nem de namoros de artistas e adolescentes.
Às vezes penso que o relacionamento humano é algo parecido com aquela brincadeira do telefone sem fio em que se cochichava uma palavra e os outros iam distribuindo a corrente. Não raro começava-se Araraquara ou Jabaquara e terminava Piracicaba ou Ajuricaba (o que é isso?), isso quando algum engraçadinho não mudava a palavra, propositadamente.
É precisar ou ter que decidir qualquer coisa e pronto...
Está formado o rolo...
Certa feita participava da montagem de uma peça teatral, e alguém indagou como seria feita a abertura de cortinas que estavam meio que totalmente defeituosas.
Uns três dias de discussão até que sugeri que arrancássemos as cortinas.
Coloquei o ovo em pé!
Os ensaios prosseguiram tranquilamente e a apresentação foi um sucesso.
Na semana passada situação semelhante veio à tona.
O pedreiro gastava seus dois neurônios.
Promovia uma guerra letal entre o Tico e o Teco para resolver como consertar o trilho de uma porta que estava emperrada.
Não resisti!
Tem alguma idéia, Alemão?
Não gosto de apelidos, mas se eu o chamasse pelo nome, acho que complicaria a situação.
Wallyson! Ou Valisson.
Estava pensando! Se desmontarmos a porta, podemos ver se as dobradiças estão ajustadas. Se não for isso, a gente limpa os trilhos ou vê se a base não está encharcada.
Gente enrolada adora tentativa e erro.
E se não der certo, Alemão?
O senhor chama um carpinteiro.
Entre a perda da paciência e a vontade de rir, sugeri:
E se tirarmos só o trilho e as rodinhas da porta?
Ah! Aí, não enrosca mais.
A porta está abrindo e fechando como nunca.
Para não dizer que estou tratando de gente sem escolaridade, já tiveram que preencher formulário, requerimento ou assemelhado em repartição pública?
A gente nunca consegue, não é mesmo?
Sempre que colocamos o ano do nascimento com quatro algarismos era com dois e o contrário é óbvio.
A caneta deles nunca está ao alcance e quando a acham está sem tinta que foi procurar o carimbo, símbolo de sua existência.
Desisti de facilitar o troco.
Se não for exatamente o valor que está na tela do terminal, o caixa se enrola todo.
No metrô estava escrito: Troco máximo R$ 20,00. Já foi R$ 50,00, mas acho que ou cansaram de depilar a efígie ou a onça do verso reclamou de cócegas de tanto que raspavam as notas em busca de falsificações.
Perguntei se comprando mais de R$ 20,00 em bilhetes davam troco para R$ 50,00.
Ele ficou me encarando como se eu estivesse abraçado com um ET.
Também tenho meus surtos de enrolar.
Desde pequeno, quando minha mãe pedia para ajudar a enrolar lã.
Depois enrolar linha de pipa.
Enrolar namoradas, professores.
E agora fico enrolando os leitores.
Nesta altura do campeonato, estivesse enrolado num cobertor, não estaria com esta enrolação.
Concordam ou não que há muita gente enrolada neste braziu?
E nem falei dos dialetos que ficam para uma próxima.

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