19 outubro 2007

MATOU? DÊ CESTAS BASICAS

Dentre as muitas coisas que me incomodam neste Braziu varoniu, noticias desta semana fazem-me lembrar de duas...
Li, com tristeza, que mais uma jovem atleta é vítima de acidente de trânsito... A jogadora de futebol feminino, Kátia... Vai virar estatística... Alguém se lembra do último atleta vitimado? A motorista, outra jovem, estava sem habilitação...
É repetitivo, mas sabemos que o maior índice de mortandade no trânsito é de jovens até 24 anos... Tanto é o risco que o seguro para automóveis, até essa faixa etária, é muito mais caro...
Lembro-me de Bernard Shaw:” A juventude é tão bela, pena que fique com os jovens”.
O outro incômodo é uma benesse que a Lei Penal criou para que as pessoas não ficassem presas... Doar cestas básicas para compensar pequenos delitos...
O mais recente caso, de notoriedade, é o cantor Renner, que em seu pequeno delito matou pessoas...
Em quantas cestas será condenado o promotor de Araçatuba?
E o professor de Brasília que matou três mulheres?...
Não importa o quanto...
Não há preço para uma vida humana ceifada injustamente, pela irresponsabilidade de um motorista...
Tudo bem, tudo bem...
Vamos fazer um rachinha... Se matar um pobre, a gente ajuda outros e “tá limpo”...
É absolutamente esse o raciocínio...
Até a hora em que a vítima seja nosso filho, um conhecido...
Aí, a legislação torna-se absurda...
Não é mesmo?
O aborto no Braziu já existe...
Defendo sua legalização...
Atirem pedras... Argumentarei melhor em outra ocasião...
Só muda a idade do feto em que faz o aborto...
Uns têm dias de gestação, outros anos de idade, mas milhares de fetos estão condenados a morrer antes de serem gerados...
Nossos jovens morrem indiscriminadamente e de forma violenta...
Podia-se evitar isso, ao menos no trânsito...
O Código de Trânsito é frágil... Incentiva a irresponsabilidade...
Junte-se o Código Penal e a Lei de Execuções Penais que estimulam o sentimento de impunidade...
Acrescente-se que ricos não cumprem penas...
Pagam cestas básicas...
A somatória disso são jovens paraplégicos, com alto custo social e previdenciário...
Sonhos desfeitos...
Pobres torcendo para que aconteçam acidentes para ter o que comer...
É cínico, trágico, mas é verdade...
Pobre país que estamos deixando para nossos filhos...
Isso se um acidente não lhes ceifar a juventude...
E como dia 19.Outubro era a data de aniversário do “poetinha” Vinicius de Moraes, encerro a tragédia, misturando Olavo Bilac- “Não verás país como este...”, com o brilhante Ignácio de Loyola Brandão, autor de: “Não verás pais nenhum”...
Emendo tristemente: ”Muitos não viverão para ver país algum”...

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