13 novembro 2007

CALA A BOCA, BÁRBARA

Em "Calabar, o elogio a traição", livro estréia de Chico Buarque de Holanda, a frase título era o símbolo do silêncio que as pessoas deveriam ter frente às situações erradas e injustas que presenciavam, como o assassinato de Calabar...E que ela insistia em manter vivo...
Entretanto, acho que não deveríamos silenciar apenas ante as injustiças... Frente as estas, deveríamos imitar as "Locas da Plaza de Mayo" e bater panelas...
Agora, falar deveríamos silenciar sempre...
O Rei Juan Carlos I, da Espanha, deu-nos o exemplo, ao dizer ao ditador Chávez: ”Porque não te calas?”, ante as diatribes e estultices que o esquizóide venezuelano boquirrotava em Santiago do Chile...
"Em boca fechada não entram moscas", dizia meu avô ou bisavô...
"Palavras ditas não podem ser chamadas à boca", há um ditado sioux (índios norte- americanos)...
Talleyrand disse que os homens ganharam a boca para mentir...
Aliás, quem mente mais, o homem ou a mulher?
Tudo isso faz sentido... Há um sentido em excesso...
Melhor não tivéssemos o sentido da fala...
Haveria menos brigas, menos diz-que-disse...
As sogras perderiam muito de sua influência negativa nos casamentos...
Empregadas anotariam menos recados errados...
Ouviríamos menos idiotices do LuLLa...
A conta telefônica não existiria...
Não haveria multas pelo uso do celular no trânsito...
O chato, é que não daria para escutar o jogo do Corinthians...
As esposas reclamariam menos...
Os homens contariam “menas” bravatas sexuais, futebolísticas, etc..
“Menas”, dói o “zovido”... E "rezistro", entonces...
Não teríamos pastores de Igrejas Evangélicas nas TVs pela madrugada...
Bem, neste caso, não sei se é ruim... Substitui com eficiência meu sonífero...
Operadores de telemarketing não me interromperiam quando estou digitando, como agora... E eu não teria sido mal educado com ele...
Felizmente meu televisor tem a tecla “mute” e eu posso assistir ao jogo sem ouvir os comentários do locutor, do comentarista, do analista do juiz... Analista, sim senhor, porque para ser juiz de futebol tem de ser meio louco...
Digo-o porque “fui-o”...
E como o pessoal de futebol fala besteira... Noventa minutos, sem parar...
Estou em campanha para que as TVs só admitam locutores e comentaristas mudos...
Seria muito mais interessante... Você assistiria ao jogo... Você teria a sua opinião sobre o pênalti... Poderia livremente achar que foi falta a tentativa de homicídio que o analista de juiz disse que não houve intenção...
Se você não gosta do que alguém escreve, fecha o livro ou deleta o texto, como neste caso...
Se você não quer ver algo, é fácil fechar os olhos ou mudar a direção do olhar...
Se não quer sentir cheiro, tampa o nariz...
Mas, se não quer ouvir besteira, tapar os ouvidos é muito mais difícil... O som se extravasa...
Como foram injustos com a Bárbara!!!
Ela falava menos barbaridades que todo esse pessoal que eu descrevi...

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