26 janeiro 2019

MARDINHO OU BRUMARANA

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Estalo repentino desceu a ladeira
Corredeira do rio cheio de lama
Pesadelos iguais em cada cama
Ruas abaixo escorre tristeza rotineira
Mortos quantos sonhos de felicidade
Resta o nada atrás segue a saudade
Sumiu o parceiro do café da manhã
As paredes da sala feito um tobogã
A mesa, o fogão, o carnê da geladeira
Rolaram correnteza em parafuso
Sem fim a dor do sobrevivente confuso
Fora do combinado a derradeira viagem
Sem despedida, nem tempo pra saideira
Vale despenca destaca a televisão
Chama a manchete da reportagem
Primeira página minutinho de fama
Amanhã breve lembrança sem novidade
Esquecida num canto da memória
Depois da missa, discussão na justiça
E a tragédia enterrada
De tempos em tempos repete-se a história

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Sem sirene disparada
Estalo repentino
Rola o morro outra Barragem...
Muda o nome da cidade
A última foi Mardinho...
Ou Brumarana?
Se a memória não me engana...
Foi... Espirito Santo de Minas...
Barro descendo morro
Pais, mães, meninos, meninas
Silentes os gritos de socorro
Lágrimas secarão ao chão
Sem qualquer solução

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