28 janeiro 2010

NA LÓGICA DO APAGÃO

Na falta de idéia mais luminosa, alguns fatos para pensar.
Nestes tempos de enchentes que não se arrume desculpas para a falta de energia elétrica.
Oh! Raios!
Quem foi que inventou de mudar as tomadas?
E acabar com a fabricação de lâmpadas incandescentes?
Me enganem que eu gosto...
Afinal sou cooperado da BANCOOP...
Qual é o índice de casas no “braziu varemnós” que possuem aterramento?
Só para começar a contagem vamos de favelas paulistas e cariocas, depois os rincões das antenas parabólicas, com Internet sem fio.
Rocinha, Borel, Heliópolis, Paraisópolis...
Calma, pessoal!
Não precisa correr... Aterramento não é soterramento.
Os postes onde os camelôs fazem “gato” no Metrô Santa Cruz (SP), com benjamins, para iluminar a barraquinha de churrasquinho de gato que deve ter morrido eletrocutado estão aterrados?
Essa mudança deve ser lobby dos fabricantes de adaptadores.
Quem está reformando sua casa ou apartamento só encontra tomadas novas que não se adaptam aos “machos” dos aparelhos eletrônicos velhos.
Quem está repondo os aparelhos novos, por vontade própria ou conseqüência da enchente só encontra “machos” novos que não se encaixam com tomadas velhas.
Precisavam seguir o exemplo dos garotões que se encaixam com atrizes maduras.
E tome adaptador.
Tem para todos os gostos, cores e gostos.
O mesmo vale para as lâmpadas incandescentes.
A mudança é mundial, inclusive para o terceiro mundo.
Consomem mais, são menos ecológicas e justifiquem como quiserem.
Mas custam 10% da econômica.
Onde está a economia?
Lobby chinês.
Estou preocupado com o que mesmo, se virou mexeu falta luz?
Deve ser para que não escutemos as notícias.
Dar tempo para apagarem as provas dos mensalões, dos dólares nas cuecas, nas meias, as compras de panetones, et coetera...
Apaga tudo logo, que o desgoverno está no apagar das luzes.
E vai deixar tudo muito escuro para o próximo...

27 janeiro 2010

BANCOOP - VILA CLEMENTINO ESPERA O MESSIAS

A BANCOOP assobia e atendem...
A BANCOOP rosna e assustam-se...
A BANCOOP oferece água e mudam-se opiniões?

Estou estupefato!
A mudança do discurso entre a última reunião da Associação do Vila Clementino e a apresentação da situação à Assembléia foi de pasmar...
Não é o caso nem de citar o poema atribuído a Maiakovski como grito de alerta.
Parece que os inimigos já ultrapassaram os portões, já pisaram nas flores e só falta o lance final.
A tomada definitiva das casas.
No caso os apartamentos que parte dos cooperados irão perder se seguirem a molde de outros empreendimentos, onde muitos tiveram que entregar os esforços após a doce ilusão de que alguém iria resolver seus problemas a título, digamos, de benemerência.
Não há vitória sem luta...
Isso é exato...
A BANCOOP sabe disso. E sabe trilhar o caminho da derrota. Por isso, insiste rosnar em repetitivos e últimos gritos de morte.
Vamos ganhar e não vamos levar, foi argumento que mais ouvi.
Inicialmente, garanto que vencer sempre é muito melhor.
Perder pode ser o outro lado, mas fugir da luta?
Já pararam para se perguntarem a quem interessa desistirmos da luta?
Esmiúcem essa dúvida, lembrando-se que não há uma migalha de pão gratuita e que quando alguém perde – no caso os cooperados – alguém está ganhando.
Sempre defendi e defendo que se a BANCOOP quer falar aos cooperados que venham até nós.
Dou-me ao direito de não me ajoelhar.
E garanto que é um viés de luta.
Quem está ganhando somos nós e, havendo a necessária combatividade no Judiciário, a balança penderá para nosso lado e virão nos procurar mais equilibradamente, sem mandar recados via interlocutores.
Buscarão o termo de rendição.
Já tentaram isso em outros empreendimentos e quem não cedeu está vencendo, ainda que o caminho seja longo.
Se não se convenceu ainda, vamos ao que doerá.
O bolso.
Não se iludam.
Reitero que muitos ficarão pelo caminho e sem enveredar pelo caminho do divisionismo, sendo “pragmático” como se adora dizer, considerem:
a) Todos pagarão aporte. Quem nunca lutou sairá beneficiado pelo dinheiro de quem bancou a luta. Isso pode ocasionar uma variação à maior de até R$ 10.000,00 aos valores apresentados.
b) Diferentemente do que se afirma o “aporte a ser pago a incorporadora” não termina com a desvinculação à Cooperativa. A BANCOOP, a despeito de promessas virtuais, não termina jamais o aperto do torniquete. Lembrem-se que os primeiros valores apresentados oscilavam por volta de R$ 35.000,00 e aumentaram cerca de 50%. E aumentará mais. Na proporção de nossa fraqueza e ansiedade. Quem tiver acesso ao “contrato de adesão” dos empreendimentos “vendidos” a incorporadoras, confira atentamente os termos. Especialmente o acordo dos Altos do Butantã. Sem nos esquecer que mesmo os “felizes” 30% de cooperados que sobreviveram, até agora, no St. Paul receberam aportes posteriores ao “acordão” e a BANCOOP só forneceu a documentação à TARJAB após os cooperados se sujeitarem a aceitar o novo valor, cerca de 10% a maior.
c) Jogar R$ 6.000.000,00 (um premio da mega sena) fora. Mesmo que não recebamos, como alegam, deixaremos de pagar. Isso se chama “economia ou lucro do consumidor”.
d) Obtenção do financiamento – Projetem o financiamento de R$ 50.000,00 no prazo máximo a quem tem 55 anos e nas menores taxas de mercado. Serão 180 parcelas de R$ 550,00. Ou seja, R$ 99.000,00. 100% de aumento no seu sonho.
O mesmo vale para o financiamento aos cooperados mais jovens. Para R$ 70.000,00 em 240 meses serão R$ 660,00 ou R$ 168.000,00.
E a ansiada escritura que pode vir, via luta judicial, em cinco anos, talvez demore quinze ou vinte anos.
Quem não se adequar às exigências para o financiamento terá de devolver, sem mais argumentos, o imóvel à incorporadora recebendo o valor pago em 36 parcelas, com um ano de carência.
Finalizando:
Não há Messias a nos salvar.
Há espertalhões sem escrúpulos do outro lado.
A tábua de salvação chama-se lutar.
Lugar de conversar com a Cooperativa é à mesa do Magistrado ou à frente de todos os cooperados, sem recados, levando toda e qualquer decisão à presença daquele.
Com todo respeito, o resto é conversa fiada.

26 janeiro 2010

CHUVAS SÃO INCONTINÊNCIA NO CÉU

Hum... Hum...
Radioterapia, Sonoterapia, Traumatologia,
Achei!
Urologista...
Endoidei, não!
Estou procurando uma causa e soluções para as chuvas e conseqüentes enchentes que assolam e devastam o “braziu varemnós”.
Especialmente em São Paulo, que onde estou preso...
Sim! Preso! Sinto-me na condicional.
Basta um relâmpago e tenho que voltar correndo para casa.
Chega a hora de dormir, deito cheio de atrasos, conseqüência de o dia útil ter ficado menor desde a chegada do período de chuvas.
Dormir é modo de dizer. Acordo de relâmpago em relâmpago...
Menos mal que não tenho que me levantar para levantar a mobília do chão como o pessoal das várzeas e outros locais alagadiços.
Nem ficar torcendo para o morro não vir abaixo.
De qualquer maneira, como sou brasileiro, isto é como sou corinthiano e não desisto nunca, passo a insônia sonhando.
Primeiro, é claro, com a Libertadores.
Depois, faço planos.
Planejo o dia seguinte.
Se o sapato secar, tenho que pagar contas, passar na padaria, ficar na fila da lotérica, dar comida aos pombos e empestear ainda mais a cidade...
O que mais aposentado faz?
Se a sola do sapato realmente descolou de modo inapelável, antes disso tenho que comprar outro...
Acho que vou comprar uma papete...
Isso mesmo! Uma franciscana de borracha, modelo lavar quintal.
Guarda-chuva e papete ficam um charme, não acham?
Bermudas ou calça arregaçada até a canela completam o figurino.
São Paulo fashion-week me espere...
Preciso me apressar!
Tenho que fazer isso tudo antes da chuva.
Ou seja, antes das...
Que horas, mocinha do tempo?
Chuva intermitente o dia inteiro?
Acho que não tenho mais cuecas secas...
Raios!
Não estou xingando, não!
São raios espocando e refulgindo no céu azul anil tromba d’água que se avizinha.
O jeito é continuar a leitura do catálogo do convênio médico e entender o significado do palavrório...
Radioterapia significa ficar ouvido rádio, esperando a sonoterapia chegar e impedir que eu corra o risco de inadvertidamente cismar de sair, escorregar e precisar de um traumatologista, pois velho quando cai é mais perigoso que friagem...
O urologista é para você, xará daí de cima!
Eita incontinência!
Vai se tratar!

20 janeiro 2010

BANCOOP VILA CLEMENTINO

A BANCOOP chama comissão do VILA CLEMENTINO para reunião.
Após ser condenada em primeira instância a devolver imediatamente o dinheiro que sumiu da conta (R$ 1.760 mil), a reiniciar a obra sob multa mensal de 100 mil reais e ainda a devolver o valor de R$ 1.300 mil lançados a maior quando da compra do terreno – valores a serem corrigidos desde a propositura da ação e “erro” da escritura - a BANCOOP segue em suas ações desesperadas.
Será que tentará convencer os participantes da comissão a convencerem os demais “cooferrados” a saírem da “Cooperativa de fachada”?
Essa ilusão de passar para incorporadoras condena os cooperados a pagar novamente por seus imóveis já pagos.
No caso do Vila Clementino, os cooperados tem um crédito contábil suficiente para terminar o empreendimento e valores são lançados mais e mais, como fossemos devedores e não vitimas.
Tudo é possível e esperável quando se está em desespero de morte.
Mentir não é crime ao réu.
Só resta fazer a assinatura do termo de rendição, que fanáticos "xiitas" não fazem.
Ademais, se queriam falar com suas vítimas porque as impediu de entrar na Assembléia de aprovação de contas, ainda que esta já esteja sendo desprezada por inúmeros julgados?
Querem falar aos cooperados? Venham ao empreendimento!
Tem medo de que?
Sentem-se desprotegidos, sem a segurança dos guarda-costas?
No fundo sabem-se derrotados juridicamente e que politicamente a “casa cairá” de modo irreparável após as eleições de outubro.
Até lá o presidente da “cooperativa de fachada” ficará exposto enquanto tesoureiro de campanha do candidato petista ao Planalto. Terá que aparecer na mídia e será inevitavelmente questionado das derrotas consecutivas e da sua gestão na Cooperativa.
Isso se não for preso antes, fruto das investigações do Ministério Público criminal, que espero ocorra logo.
A “Cooperativa de fachada” está acabando.
Os colegas de infortúnio sabem que os diretores da cooperativa de fachada não repetem em pé o que disseram sentados.
Tenho acompanhado negociações e a cada reunião o valor a ser pago aumenta.
Não compactuo com farsas e não comparecerei a reunião.
Se alguém quiser ir em meu lugar segue o horário e endereço:
Rua Libero Badaró, 152 - Dia 22 Janeiro.2010 as 11 horas.
Se acredita em Papai Noel vá lá!
Cuidado com o café e a água.

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Segue o dispositivo final da sentença que condenou a BANCOOP na ação do Vila Clementino.

Doutra parte, em relação à COOPERATIVA HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO LTDA – BANCOOP, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES OS PEDIDOS para, confirmando as liminares deferidas, condená-la a restituir à conta específica da seção Vila Clementino o valor de R$ 1.763.535,37, que deverão ser vinculados à conclusão das obras inacabadas do Residencial Vila Clementino, devendo as contribuições mensais dos Cooperados associados da autora ser depositadas em conta vinculada à dita seção, com a competente prestação de contas. Eventual exigência de aportes financeiros somente serão admitidas após a restituição do valor supra e a constatação manifesta e documentada sobre a insuficiência deles para conclusão das obras. Condeno a requerida, ainda, à míngua de qualquer explicação constante dos autos ou de qualquer prestação de contas a respeito a restituir aos Cooperados vinculados ao Residencial Vila Clementino a inexplicada diferença (R$ 1.300.000,00) entre o preço de aquisição e o preço de venda do terreno destinado à edificação de dito empreendimento, utilizando-se para tanto a divisão desta diferença pelo metro quadrado, e se multiplicado pela fração ideal adquirida por cada um. Dita restituição deverá ser feita, se o caso, após a conclusão das obras, caso não haja efetiva necessidade de reforço de caixa, nos termos especificados nesta sentença. Deverá, por fim, reiniciar as obras do Bloco C do empreendimento Vila Clementino, no prazo de dois meses, sob pena de multa de R$ 100.000,00 por mês de atraso, limitada a R$ 2.000.000,00. Arcará a ré com 70% das custas e despesas processuais, fixada a verba honorária advocatícia em 10% sobre o valor da condenação nesta mesma proporção.

BOLSAS FEMININAS (cena do cotidiano)

Benhê! Você viu minha carteira?
Acho que sim...
Onde?
Você precisa prestar mais atenção onde guarda suas coisas.
Viu ou não viu?
Você tinha deixado em cima de algum lugar e eu guardei...
Obrigado! Onde?
Ah! Já sei... Você tinha deixado no console do carro e eu guardei na bolsa...
Qual?
Está querendo muito... Olhe na que está no armário.
Qual armário?
Ai! Esses homens que não acham nada... Deixe que eu pego...
.....................................................................................Espaço interativo para o diálogo das bolsas que “saltaram” do armário.
Oba! Vamos passear.
Hoje é minha vez.
Nada disso... Você foi à feira ontem...
Feira não é passeio.
Hum! Ela me olhou e jogou de volta ao armário.
Eu também...
.....................................................................................
Achou?
Mas que pressa! Porque você não guardou?
Faria isso se você não a tivesse seqüestrado e presa em local incerto e não sabido.
Além de guardar ainda tenho que escutar.
Só que devolver.
Que bolsa eu estava aquele dia?
Que dia?
No dia em que eu guardei a sua carteira.
Eu não lembrava nem onde tinha deixado a minha carteira, como vou saber que bolsa você estava.
Ah! Já sei. Era a preta.
Tem duas pretas aqui.
Não nenhuma dessas duas. Essas são para festas.
Quantas bolsas pretas você tem?
Não é da sua conta.
.....................................................................................
Pausa interativa para a discussão das bolsas pretas.
Vai sobrar para mim. E faz mais de mês que não saio do guarda-roupa.
Ainda bem que eu sou pequena e não cabia a carteira.
Ai! Ai! Não puxa meu forro. A carteira não está aqui.
Tomara que ela mexa aqui no fundo do armário e se lembre de mim...
.................................................................................
Estou ficando atrasado.
Para que você precisa da carteira.
Ora! Meus documentos e dinheiro estão lá dentro.
Porque não diversifica? Não sabe que não se deve deixar todos os ovos no mesmo cesto? Faça que nem eu. Nunca deixo meus documentos e dinheiro numa única bolsa.
Como você faz?
Saio só com uns trocados e deixo os documentos guardados na gaveta.
................................................................................
Espaço para recuperação do susto e diálogo das bolsas.
Você tem documento aí?
Não! Tenho moedinhas de cruzeiro novo.
Tem dez mil cruzados aqui.
Nota de um real ainda está em circulação?
E moedinha só de níquel?
Tenho Xerox de RG.
Eu também...
................................................................................
Pronto! Achei sua carteira!
Onde estava?
Na gaveta, ora!
Como na gaveta? Eu já havia procurado lá...
Estava atrás da minha bolsinha nova de crochê.
Socorro! Alguém faça uma lei obrigando as mulheres a devolverem o casco da bolsa anterior sempre que adquirirem uma nova...
..................................................................................
Espaço interativo para diálogo desesperado das bolsas que estavam ao alcance:
Não me jogue... Tenho um vidrinho de perfume dentro.
Nem eu... Estou com os óculos de sol.
Epa! Estou com o celular.
E eu sou de griffe...
Eu nãoooooooo ! Ai! Avisei! Quebrou o espelhinho para retocar a maquiagem...
....................................................................................
Você viu minha chave da porta?

07 janeiro 2010

EU, MANEQUIM DE ACADEMIA?

A falta de respeito de minhas roupas em não me aceitarem mais dentro delas fez-me tomar algumas atitudes.
Aliás, se dependesse da opinião do médico, após refazer-se do susto, ao ver meu exame de sangue e calcular meu IMC (Índice de Massa Corpórea), eu teria que tomar muitas atitudes.
Após ouvir diversas ladainhas aconselhativas sobre os males do sobrepeso e ver negado meu argumento de que o problema com o IMC não era o excesso de gordura mas a falta de altura, tomei decisões firmes.
Comecei pelas mais simples, é óbvio.
Lancei um ar de desprezo àquelas roupas que, de tão apertadas, faziam-me parecer um toureiro espanhol. Digamos melhor, plagiando João Ubaldo: Parecia mesmo era um provolone.
Ia jogá-las fora, mas achei um desaforo separar-me de calças e camisetas que são companheiras de tantos anos. Já sabem inclusive onde se dependurar, para aonde vamos.
Conversei com elas, consolei-as prometendo que o afastamento será breve. Depois dobrei-as amarrotando-as com delicadeza e coloquei-as num canto da gaveta.
Mãos à obra.
Primeira descoberta.
A gente engorda, mas os pés não.
Meus tênis continuam o mesmo número. Só tive que colocar um cadarço maior para amarrar.
Comecei os treinos com caminhada pelo quarteirão.
Sabem que não achei o trânsito tão lento assim. Para me incentivar, resolvi apostar corrida com um ônibus, que não sou cachorro para correr atrás de carros. Cheguei ao semáforo (farol ou sinaleira, dependendo de onde o leitor more) junto com o ônibus. Cem metros e cinco minutos após.
Quase chamei a atenção do motorista pelo excesso de velocidade.
Ia parar na padaria para pedir um copo de água, mas lembrei-me de um conhecido que engordou três quilos com duas semanas de treinamento.
Havia dois bares nas diagonais do quarteirão onde ele morava, onde latinhas de cerveja repunham os sais minerais perdidos no suor do treino.
Venci incólume a vontade de imitá-lo.
Cansado de apostar corrida com ônibus e para ter a impressão de maior velocidade passei a caminhar na contramão do trânsito. Estava me animando, mas fiquei envergonhado quando fui ultrapassado duas vezes no mesmo dia.
Primeiro passou por mim uma babá empurrando um carrinho de bebê.
Depois uma senhora de uns setenta anos puxando um carrinho de feira cheio ousou ultrapassar-me.
Gente desaforada.
Resolvi parar de prestar a atenção no que estava ao meu redor e comecei a olhar para os prédios.
Erro fatal.
Descobri que no quarteirão de casa há uma academia, dessas envidraçadas com pessoas pedalando bicicletas e esteiras sem sair do lugar.
Ainda bem que não saem do lugar ou cairiam todos do primeiro andar.
Reparei que não havia ninguém com meu porte físico na vidraça ou vitrine, como quiser o leitor, da academia.
Só pessoal “sarado”, colants apertadíssimos, camisetas machão sem peitinho.
Meu anjinho da guarda e o diabinho malas-artes se ouriçaram e em uníssono disseram: Vai lá!
Reagi com firmeza: Peraí! Vocês concordando em algo? Boa coisa não vai sair.
Atropelaram-se para explicar e decidi ouvir primeiro o anjinho.
Pode falar “de asinhas”.
Animado, me sugeriu: Entra na academia e se matricula num programa de treinamento. Ficará com um corpinho igual ao do pessoal que está na vitrine.
Em quanto tempo?
Depende de sua força de vontade.
Porque devo ir lá, “do Rabinho”?
Para ver as mocinhas de outro ângulo.
Enquanto fico no impasse de entrar para uma academia, que sempre rejeitei, mudei o trajeto.
Assim não me distraio, nem me frustro vendo o pessoal na vitrine.

06 janeiro 2010

MULHERADA! FECHEM A BOCA!

Saudade do cinema mudo!
Ali, ao menos, as mulheres não falavam...
Quietas!
Sem comentários revanchistas que os homens também não falavam...
Diz a lenda, e não foi lenda, que diversas atrizes de sucesso daquela fase não conseguiram se dar bem com a chegada do som às telas.
A recíproca também ocorreu...
Mas, tirando o John Gilbert, foi em menor escala e não vem ao caso...
Aposto que o King Kong não teria ficado tão nervoso e arisco, se a Jéssica Lange não ficasse gritando mais que as sirenes de Polícia.
O final do filme poderia ter sido mais romântico e, quem sabe, teriam se casado sendo felizes para sempre.
Porque não?
Weissmuller vivia muito bem com a Chita até a Jane ficar sussurrando no ouvido dele.
Deveria ter lido a Bíblia.
Assim saberia que o homem perdeu a moleza lá no Éden porque a mulher, ao invés de lavar roupa e cozinhar, ficou na conversa fiada com a cobra.
Verdade! Eles não usavam roupas e comiam frutas.
O fato é que a Eva ficou toda ouriçadinha e ao pedir para Adão se exibir sem matar a cobra deu nesta confusão mundial.
Lembram-se da Domitila? Estava quietinha, comendo (não sei é esse o tempo verbal) pelas beiradas. Começou a falar demais e dançou! Terminou seus dias no ostracismo.
Chauvinista? Machista? Quem? Eu?
Se for, não estou sozinho nesta parada.
Até o compositor que mais “entende a alma feminina”, o Chico, disse:
Cala a boca, Bárbara! Mirem-se no exemplo das mulheres de Atenas...
Momento interativo para o arremesso de pedras!
Falando em atirar pedras na Madalena, lembram-se da Salomé?
João Batista perdeu a cabeça, literalmente, por causa de um desejo dela.
O César quase perdeu o Império.
Nem me venham com aquela frase: “Atrás de um grande homem sempre existe uma mulher”.
A frase está incompleta. O correto é: “Atrás de um grande homem “rico” sempre existem muitas mulheres, desde que fiquem quietinhas”.
Se começarem falar muito, tem outra na fila...
Estou vingado!
Por hoje, é só.
Mas a luta continua, companheiros!

02 janeiro 2010

BUNDAS AO SOL!!!

Ao sol inclemente de verão, rapazes disfarçados de atletas fingem praticar jogging saltando os olhos entre bundas que se bronzeiam.
Uma bandeira brasileira protege a bunda da loira para que a areia incômoda não penetre no biquíni.
Bem perto, um grupo de embebedados desafinam pandeiros e tamborins cantarolando algo ininteligível que serve de ritmo para o balançar de bundas que batem e rebatem entre si. Deveria ser proibido tentar combinar fio dental com celulites. Absoluta incompatibilidade de gênero que pode ocasionar visões tenebrosas.
A espiga de milho cai e um choro se confunde entre a perda dos grãos na areia e o tapa na bunda pequena.
Outra menor ainda recheou a fralda para desespero da mãe.
Um cinquentão procura a carteira no bolso traseiro da bermuda e paga um sorvete à calipígia quase adolescente que se deixa abraçar dissimuladamente.
Um ônibus passa cheio de bundas desejosas de encontrar onde assentar-se.
Vão se apertando enquanto seus donos olham, com mil idéias, as que repousam do outro lado da mureta.
O namorado assanhado apressa-se a ajudar a passar o filtro solar.
Um beliscão da mulher ciumenta afasta um olhar da cena.
Uma freada... Uma buzinada... Uma batida na traseira...
Um palavrão emenda-se ao não elogioso “Bundão”.
Tava olhando para onde? Pergunta um...
Melhor não dizer...
Abundam pessoas para ver o desenlace, distraídas pensando com que cor cobrir as suas no réveillon?
Rosa para muito amor.
Amarela para muito dinheiro.
Branca para a paz.
Se usar as três engorda e perde o charme.
Diz a lenda ser impossível a combinação das três.
Quem pode assegurar sem desconfianças andarem juntos dinheiro, amor e paz ao mesmo tempo?
Que tal andarem nuas e livres?
Felicidade geral na ala masculina da nação que tem usado suas proteções nadegais para esconder dinheiro escuso.
Leves e soltas gerariam tumultos incontroláveis...
Principalmente as lindas.
Paixões intempestivas e separações poderiam causar irremediáveis.
Ódios movidos pelo ciúme e invejas.
Melhor, não!
Que fiquem totalmente desnudas apenas nas capas de revistas e na imaginação do desejo coletivo.
Os praticantes de jogging contam o que viram nos desvios da corrida.
A espiga foi lavada e devorada pela criança.
A fralda trocada diversas vezes.
O sorvete derreteu.
O sol descaiu, caíram pingos anunciando o toró...
O grupo de pagode deve estar dormindo por efeito do álcool.
A bandeira brasileira encapou a loira e se foi balançando.
Uma e outra devem estar ardendo e descascando com insolação.
Os bundões que pararam o trânsito chegaram a um acordo.
Cada um cuida da sua.
Cada um cuide da sua.
Hora de guardar o binóculo.
Amanhã, se fizer sol, tem mais.