06 outubro 2009

BANCOOP DESVIA DINHEIRO PARA CAMPANHAS POLITICAS?

Extraido da matéria de FÁBIO ZANINI - Folha S Paulo de 06 out. 2006


A nova lei eleitoral, em vigor desde a semana passada, criou uma brecha que permite a sindicatos doarem para campanhas por meio de cooperativas que, na prática, controlam.
Entre as cooperativas que cumprem esses critérios estão algumas ligadas a grandes sindicatos -hoje proibidos de doar. O dos metalúrgicos do ABC, com relações históricas com Lula e o PT, tem duas: uma de crédito e outra habitacional.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), instituiu a Bancoop, cooperativa habitacional, em 1996. Seu fundador é o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e seu atual presidente, João Vaccari Neto, deve ser o tesoureiro do partido no ano eleitoral de 2010.

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Formalmente, as cooperativas são independentes. Na prática, a ligação é total. Elas surgem por iniciativa dos sindicatos. Muitas funcionam no mesmo prédio e têm dirigentes sindicais entre os cooperados. Da cooperativa dos metalúrgicos do ABC, a CredABC, fazem parte o presidente do sindicato, Sergio Nobre, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, e o próprio Lula.
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As cooperativas sindicais hoje têm estatura modesta. A CredABC diz contar com 2.000 associados e ter patrimônio de R$ 2 milhões. A Metalcred diz ter número parecido de filiados.
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Juridicamente, a brecha agora está aberta para que sindicatos engordem cooperativas que controlam, com verbas depois canalizadas para campanhas.

Bancoop é suspeita de fazer doações ilegais para o PT

Uma das principais cooperativas ligadas a sindicatos do país, a Bancoop é investigada pelo Ministério Público, sob suspeita de fazer doações ilegais para campanhas do PT.
“Há indícios fortes de que a Bancoop desviou recursos para empresas ligadas a alguns de seus dirigentes, que depois foram abastecer campanhas do PT”, disse o promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, que abriu inquérito criminal em 2007.
Segundo Blat, 47 empreendimentos imobiliários da Bancoop não saíram do papel, prejudicando 3.000 famílias. O rombo nas contas da cooperativa chegaria a R$ 100 milhões. A Bancoop é ligada ao Sindicato dos Bancários de São Paulo.
O presidente da Bancoop, João Vaccari Neto, foi procurado, mas não telefonou de volta. Em outras ocasiões, ele negou irregularidades na cooperativa.

Fonte: Folha de S. Paulo

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