Vejam só que negócio “imperdível”
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Uma construtora quer comprar meu sobradinho de dois dormitórios, na tumultuada “Vila Perto de Tudo”. Construção velha e fora de moda, que meu avô comprou no século passado. Terreninho de 5 x 25m. Quase 100metros de área construída, fora o “puxadinho”, em cima do quartinho dos fundos. “Não vale nada”. Com a “fortuna” que me oferecem, conseguirei comprar, lá na “Vila Lonjura” um apartamento “enorme”. Três dormitórios, com 80m. de AU. Levo de brinde o conforto de um condomínio moderno e “baratinho” para a vida toda. Nem estiquei o a assunto. Só de pensar como seria maravilhoso os vizinhos dando palpite sobre o que posso fazer no “meu” quintal, onde pendurar a bicicleta, a que horas devo cantar parabéns e encerrar a festa...
Ufa! Vade, retro! Deixem-me quietinho no meu cantinho.
Afastadas saudades ou a destruição da história do bairro, a realidade é que a Vila Mariana e outros bairros assemelhados, vítimas da ganância dos incorporadores, não possuem condições de abrigar uma população maior. Não há espaço para carros circularem, nem estacionarem. O trânsito já é caótico. Não há como ampliar o transporte público. São Paulo, ao oposto do que está ocorrendo, precisa espalhar-se e diminuir a verticalização. E apenas, para constar, são raros os casos de vendedores que melhoraram (ou mantiveram) seus padrões de vida, com a venda de seus imóveis.
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