Recebi um “email” que me deixou os pelos do braço (únicos
que me restam a mostra) em pé.
Vinha da ADETRACAMAZOLASACOPROFA (Associação de Defesa das
Trabalhadoras em Casas de Massagens da Zona do Lago Sul, Acompanhantes e
Profissionais Afins) protestando contra o uso indevido de sua marca.
O remetente ADETRACAMAZOLASACOPROFA fez-me prestar mais
atenção na reclamação.
Tem fundamento a queixa.
Cabe-me alertar a todos que a Língua Portuguesa, no Braziu, apesar
da reforma ortográfica, porém sem reforma política, está mesmo uma “putaria”.
Difícil encontrar um texto escorreito (esta desenterrei)...
Já fico “puto” com esses modismos que conspurcam (e esta
ressuscitei) nossa língua.
Tivemos a época do “a nível de“, do “na realidade” ou “na
verdade”. Coisas “tipo assim”.
Tivemos “o muito pouco”, o “gerundismo”, et coetera...
Interatividade... Podem encher a página.
I, aki entre nois, hj tem tb o “informatikês”. Admitamos,
escrevinhar certo naum é coisa mto fáciu.
E ”la nave va”...
Nessa maracutaia aloprada. Em tempos de “Mulieres sapiens
pixada”, é verdade!
Dá um “puta” trabalho escrever corretamente.
Ainda bem que há as ”putas”. E servem para quase tudo.
Inclusive para pronto- atendimento. Coisa “tipo assim” Disk 0800 acompanhante.
O leitor já deve estar de saco cheio de teoria “putanesca” e
ansiando um exercício prático.
Vamos a ele:
O leitor deverá substituir as palavras indicada entre
parêntese pela “puta” correspondente
Prontos?
1 - A (cadela) da minha vizinha fez xixi no elevador do
prédio.
2 – A filha da Maricota é uma (vagabunda)... Não estuda...
Não trabalha... Vai levar ”pau” na escola.
3 – No sítio, eu tomei leite da (vaca) da comadre.
4 - A (pistoleira) tirou a arma para fora e matou três
jagunços.
5 – A companheira do Indiana Jones também é (aventureira)
6 – As (meninas de rua) da Praça da Sé são alimentadas pela
Pastoral.
7 – Adoro minhas (primas). Somos uma grande família.
8 – As (galinhas) cacarejam no poleiro.
9 – Aquela (tiazinha) deve ter uns oitenta anos.
10 – Mães de políticos são (senhoras respeitáveis).
Aí, entra a reclamação da ADETRACAMAZOLASACOPROFA.
Cadela, vagabunda, vaca, pistoleira, aventureira, meninas de
rua, primas, galinhas, tiazinhas...
Neste braziu, quase tudo vira “puta”!
Alô, Rita Lee! Não era “tudo vira bosta”?
Só mãe de político é que não anda aceitando bem a
substituição. Elas têm um ciúme danado de não ganharem joias de empreiteiros.
Puta, cara! Sente só como a coisa está dura!
Ai! Se eu te pego.
Não adiantará pedir socorro ao seu amigo Takeo (primo distante
do PQP e compadre do Japa da Federal). Ela nega, mas parece que ele está numa “dilatação”
premiada.
Do jeito que vai, logo, logo, o substantivo bitransitivo adjetivado
adverbial de quantidade ou modo “puta” terá um capítulo só para ele nas
gramáticas de língua portuguesa.
“Tipo assim”, quase “a nível de” tornar-se um “se”, um “que”
de Boletim de Ocorrência, um “por que”...
Preocupo-me!
Porque? (ou será Por que?)
Porque (ou será que será por que) já estou velho para
reaprender a escrever. Não me lembro nem onde coloco os óculos e neste tempos
digitáveis, às vezes pego-me perguntando-me o que é e para que serve um lápis.
Se eu fosse jovem, bonito e ignaro poderia faturar como
(modelo). Afinal, tenho que “comer”...
Mas, não! Além de velho, estou careca, gordo, aposentado.
Creio que acabarei fazendo somente uns (biscates) para
ganhar uns “putos”.
Ou seja: “mal pago”.
Amanhã cedinho procurarei a seccional da ADETRACAMAZOLASACOPROFA.
Quem sabe eu tenha algum direito adquirido, ganhe uma ação no STF e receba uma “puta”
grana.
Ao autor do email de alerta: Não me esquecerei de você.
Desde já um “puta” abraço.
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