19 outubro 2011

FIAT LUX

DIVAGAÇÕES ILUMINADAS



Hoje quase entrei em estado de choque.
Queria escrever um texto e pus-me a matutar à busca de uma idéia luminosa.
Oh! Raios!... Porque me falham, conexões cerebrais? Onde estão vocês, neurônios? Melhor consultar um neurologista. Posso estar com um axônio com defeito químico na sinapse.
Eu, que sempre diziam estar ligado em duzentos e vinte, talvez esteja com algum plug desligado.


Esperem um pouco. Preciso ter uma conversinha com o corretor automático de textos.
“Se liga, meu! Pare de corrigir para plugue. Em meados do século XX era plug mesmo. De mais a mais o plug é meu, eu escrevo como eu quero. Se continuar grifando meu texto, eu lhe desligo”
Essas máquinas!
Continuando...
Puxando pelo fio da memória, imagens surgem lentamente como nas velhas televisões valvuladas.
Algumas notícias tristes.
Lembrei-me da história do Nélson, um rapaz tamanho guarda-roupas, que trabalhava com manutenção de elevadores. Deve ter conectado o vermelho no amarelo, quando era para conectar o preto no branco e foi lançado ao fosso. Felizmente estava apenas no segundo andar e não veio (ou foi) a óbito. Entretanto, o deslocamento de ar e o barulho levaram parte de sua audição.
Em outra situação, perdi um aluno. Empinava pipa e tentou desenganchar uma do fio com uma barra metálica. A descarga foi fatal.
Um terceiro caso nunca foi muito claro.
Diz a lenda que um casal estava no escurinho, fazendo sei lá o que. Não era no cinema, nem chupavam dropes (no meu tempo era drops) de anis, que nem a Rita Lee. De repente, como em outra música: A lâmpada acendeu...
Que foi grilo falante? Como você é chato! Se liga, mano! Qual o grilo desta vez?
Ah! A música era “... a lâmpada apagou....”
Sei lá! O fato é que a lâmpada acendeu, o marido apareceu e encheu o rapaz de porrada.
Está muito trágico? Parecendo aqueles programas de fim de tarde?
Para iluminar seu sorriso, lembrei-me de uma historinha singela.
Bem light...
Um menininho assistia a um filme no cinema, quando um black-out (prefiro o estrangeirismo a esse neologismo do apagão) apagou (ou blequeteou?) o bairro. Inocentemente, o garoto perguntou à mãe se iriam passar o filme a vela.
Engraçadinha, não?
Algo mais sério?
Minhas linhas de transmissão levam-me às usinas energéticas.
Itaipu... Furnas...
A quantidade de pessoas em cargos dos Conselhos de Administração dessas estatais não lembra uma árvore de Natal cheia de penduricalhos, enfeites e estrelinhas, entre pisca-piscas coloridos?
Por essa luz que me ilumina: Disse algo que não devia?
Que foi desta vez, grilo? Ainda troco você por um vaga-lume falante.
Ah! Eles preferem ficar longe dos holofotes?
Melhor homenagear alguém? Mais seguro?
Já sei!
Ninguém melhor que Thomas Edison.
Oh! Iluminado descobridor (e não inventor) da energia elétrica. Você merece todas as homenagens e loas. Foi o grande transformador do mundo. Sua descoberta, depois da roda, a maior de toda humanidade. Sem ela, quase nada seria possível. Basta-nos abrir os olhos e veremos quantas coisas o ser humano pode desenvolver com sua descoberta....
Epa! Que foi isso?
A lâmpada piscou...
Será que dará tempo de terminar o tex...

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