Jambo não é nenhum ignorante. Entende perfeitamente o quadro político e econômico que paira sobre o país. É, talvez, o maior beneficiado pela Covid19. E sabe valer-se disso
Em condições normais, já haveria movimentos sociais nas ruas,
protestando por seu impeachment, mas para sua sorte, pessoas esclarecidas não
estão arriscando suas vidas e não compareceriam em aglomerações na
Avenida Paulista, agitando bandeiras verde-amarelas, vermelhas, azuis, vestindo
camisetas da seleção brasileira ou de sindicatos de professores.
Enquanto isso não ocorre, move
as pedras do tabuleiro, com jogadas para a torcida das grades do Planalto ou
admiradores de ditaduras “de direita” – não sei porque têm esse nome, uma vez
que por onde passaram mais recentemente - Chile, Venezuela, Argentina - deixaram
os países em condições sinistras.
A discussão da vacinação caiu
como uma “benção” dos céus. Afinal “Deus está no comando” diz o mantra.
Qualquer presidente,
primeiro-ministro ou outro tipo de mandatário que respeitasse seu povo deixaria
de lado ambições ou embates políticos, para preservar as vidas de seu
compatriotas.
Mas, não!
À semelhança da anedota de
quartel sobre o recruta que marchava certo e todo batalhão errado, Jambo é o
único correto.
Já morreu o vizinho do
pasteleiro que trabalha na feira da periferia, a mãe da Candinha, diarista da
dona Ciça - também pudera, andava de ônibus e trem para vir lá da Vila
Fundópolis.
Breve morrerão conhecidos da
casa da praia ou das baladas e a “ficha cairá” quando enterrar seu pai, sua mãe
ou seu filho.
Não haverá motivos para rir de
jacarés e de outras colocações sem nexo de Jambo.
Narinas atentas, perceberão
que o cheiro no ar não são apenas corpos em decomposição pelas ruas, mas de um
governo sem projeto social ou de desenvolvimento, que luta para impedir
investigar-se seus componentes e familiares, envolvidos em denúncias de
corrupção, que via-de-regra nascem na sala ao lado.
Aproveita a distração na
contagem diária de mais quantos mortos e tenta ser o comandante em chefe das
Polícias de Estados e Guardas Metropolitanos.
Liberou a compra de armas para
que seus admiradores possam valer-se delas, se necessário, ao mesmo tempo que
instiga a violência com o Judiciário e Imprensa.
Creio que as paredes do
Palácio ouçam toda noite e amanhecer orações agradecendo a pandemia e pedindo
sua longa permanência, para que os olhos do povo não se voltem para ele e saiam
em aglomerações pedindo seu impeachment.
“Oh! Comandante daí de cima. Só
saio daqui quando você quiser...Não tenha pressa!...”
Se colocar em rede social nossa
conversa, acabo com sua raça, hein!