No dia 03.Jun.2006, cerca de 2 mil pessoas
entraram no horto florestal da Fazenda Barba Negro, da Aracruz, no RS. Os
camponeses protestavam contra lavouras de eucalipto, destinadas à produção de
celulose. A Aracruz informou que a destruição do laboratório de pesquisas
causou prejuízo de cerca de US$ 400 mil, afora as perdas intangíveis, como a
perda de materiais genéticos que levaram cerca de 15 anos para serem produzidos
e outros que não podem ser recuperados. (Site Terra).
A invasão da Clinica Royal por dezenas de
pessoas, dizendo-se ativistas e defensoras do direito dos animais, foi igual procedimento
ilegal juridicamente e com riscos muito maiores que os prejuízos materiais.
Segundo o cientista Carlos
Moraes:
“Parece uma ação caridosa, mas
estes animais podem representar um risco para a população. Não se sabe que
experimentações foram feitas no Instituto Royal, mas os animais usados em
testes são inoculados com vírus, patógenos, ou medicamentos que podem
contaminar a população. Por isto são confinados, e as pessoas que trabalham lá
são todas paramentadas, tanto para não contaminar os animais e também para não
serem contaminadas”. Explica, ainda: ”... que animais usados em teste só podem
ser adotados por famílias apenas após o aval de veterinários. Quando os animais
representam riscos à população, por exemplo, os animais são sacrificados após a
experimentação.” (Site Ultimo Segundo-IG).
Ademais, alguns ativistas não
seriam assim tão dedicados a causas da adoção, pois:
“A Polícia Civil de São Roque, localizou
na tarde deste sábado, dois dos 178 cães que foram retirados à força por
ativistas de dentro do Instituto Royal, na madrugada de sexta. Uma denúncia
anônima indicou que dois beagles circulavam em uma estrada de bairro próximo ao
instituto. Investigadores fizeram buscas e os levaram até a delegacia." (site
Estadão)
.
As questões levantadas
questionam friamente a atitude.
Se havia indícios de maus
tratos aos animais, o caminho correto seria o Judiciário e não a ação truculenta e impensada.
Perguntas que ficam:
Quem se responsabilizará pelo
ato criminoso da invasão de propriedade privada?
Qual a diferença de quem invadisse
as casas dos ativistas, roubando seus bens com o argumento de defenderem a desigualdade
social de uns terem mais que outros?
Quem responderá pelos riscos de
infecções que possam ser disseminadas pelos animais?
A ação revela também a pequenez
do conhecimento cientifico dessas pessoas. Talvez, à similaridade daqueles que
tentaram impedir o programa de vacinação de Oswaldo Cruz, no início do século XIX.
Vencedores estes, estaríamos até hoje morrendo de febre amarela.
Em países mais avançados, seres
humanos são utilizados como cobaias para experimento de medicações. Quem sabe
por isso o Prêmio de Medicina sempre esteja distante de nós.
Provavelmente, alguns ativistas
de hoje tenham apontado o dedo para a Via Campesina em 2006, mas agiram igual.
Que ninguém seja infestado por
algum vírus e que todos paguem judicialmente pelo seu ato.
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