20 outubro 2013

OS BEAGLES E A ARACRUZ


No dia 03.Jun.2006, cerca de 2 mil pessoas entraram no horto florestal da Fazenda Barba Negro, da Aracruz, no RS. Os camponeses protestavam contra lavouras de eucalipto, destinadas à produção de celulose. A Aracruz informou que a destruição do laboratório de pesquisas causou prejuízo de cerca de US$ 400 mil, afora as perdas intangíveis, como a perda de materiais genéticos que levaram cerca de 15 anos para serem produzidos e outros que não podem ser recuperados. (Site Terra).

A invasão da Clinica Royal por dezenas de pessoas, dizendo-se ativistas e defensoras do direito dos animais, foi igual procedimento ilegal juridicamente e com riscos muito maiores que os prejuízos materiais.

Segundo o cientista Carlos Moraes:
“Parece uma ação caridosa, mas estes animais podem representar um risco para a população. Não se sabe que experimentações foram feitas no Instituto Royal, mas os animais usados em testes são inoculados com vírus, patógenos, ou medicamentos que podem contaminar a população. Por isto são confinados, e as pessoas que trabalham lá são todas paramentadas, tanto para não contaminar os animais e também para não serem contaminadas”. Explica, ainda: ”... que animais usados em teste só podem ser adotados por famílias apenas após o aval de veterinários. Quando os animais representam riscos à população, por exemplo, os animais são sacrificados após a experimentação.” (Site Ultimo Segundo-IG).

Ademais, alguns ativistas não seriam assim tão dedicados a causas da adoção, pois:
“A Polícia Civil de São Roque, localizou na tarde deste sábado, dois dos 178 cães que foram retirados à força por ativistas de dentro do Instituto Royal, na madrugada de sexta. Uma denúncia anônima indicou que dois beagles circulavam em uma estrada de bairro próximo ao instituto. Investigadores fizeram buscas e os levaram até a delegacia." (site Estadão)
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As questões levantadas questionam friamente a atitude.
Se havia indícios de maus tratos aos animais, o caminho correto seria o Judiciário e não a ação truculenta e impensada.
Perguntas que ficam:
Quem se responsabilizará pelo ato criminoso da invasão de propriedade privada? 
Qual a diferença de quem invadisse as casas dos ativistas, roubando seus bens com o argumento de defenderem a desigualdade social de uns terem mais que outros?
Quem responderá pelos riscos de infecções que possam ser disseminadas pelos animais?

A ação revela também a pequenez do conhecimento cientifico dessas pessoas. Talvez, à similaridade daqueles que tentaram impedir o programa de vacinação de Oswaldo Cruz, no início do século XIX. Vencedores estes, estaríamos até hoje morrendo de febre amarela.
Em países mais avançados, seres humanos são utilizados como cobaias para experimento de medicações. Quem sabe por isso o Prêmio de Medicina sempre esteja distante de nós.
Provavelmente, alguns ativistas de hoje tenham apontado o dedo para a Via Campesina em 2006, mas agiram igual.

Que ninguém seja infestado por algum vírus e que todos paguem judicialmente pelo seu ato.


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