03 fevereiro 2012

SEMPRE IGUAL... NUNCA MUDA...

Às vezes, para não dizer sempre, nem nunca, dizem que fico mal humorado.
Sempre me dizem isso, mas nunca concordo, e, como é óbvio aos modestos, sempre tenho razão.
Nunca discuta isso.
Meu grilo falante é meio fofoqueiro e sempre me provoca. Nunca dei muita atenção a ele. Mas, ele garante que também andam dizendo que estou caducando.
Nunca escutei falarem isso perto de mim. Entretanto, sempre é bom desconfiar, ainda que a racionalidade, sempre costumeira, de meus textos comprovar o contrário, à semelhança de um litotes.
Tais fofocas devem ser decorrentes de quase sempre me estrepar nas estripulias que cismam sempre dizer que faço. Ou levo a culpa desde criança. Também, pudera. Nunca escutava minha mãe sempre a recomendar para eu tomar cuidado.
Outra coisa que ela sempre dizia é que era necessário estudar para crescer na vida e, perdoem-me a humilde modéstia e sinceridade, é claro, como sempre acontece, nunca fazia isso, mas sempre passava de ano.
A cada 365 dias, eu e todos os demais passávamos de ano.
Quase sempre assim.
Às vezes, coincidentemente sempre nos anos de Jogos Olímpicos, o dia 28 de fevereiro ficava de segunda época e tinha que repetir.
Sempre foi assim, não foi?
Claro que não!
Tudo começou quando Gregório XIII, também apelidado – sempre tem um apelido – de Gregório Chiiiiiiiii, que humildemente, como sempre cabe a nós, os magnânimos, batizou o seu calendário de calendário GregoriAno.
Feliz com o fato, saiu, como sempre fazia, cantando como nunca pelos corredores do Vaticano.
As datas são mais ou menos precisas. Afinal, diz a lenda, o calendário de Chiiiiii foi oficializado em 24 de fevereiro de 1582. Então, como sabermos corretamente datas anteriores, “vg”, como o dia do achamento do braziu, da América, et coetera, et coetera, et coetera?
Nunca saberemos ao certo, certo?
E pensar que sempre tirava notas baixas, porque nunca acertava, ou sempre errava as datas que o professor de história me perguntava.
O astuto leitor deve estar encafifado como sempre. Questionando como nunca meus conhecimentos.
Foi apenas uma pegadinha. Como sempre é a desculpa dos mestres quando erram.
Gregório Chiiii nunca cantou nos corredores do Vaticano. Cantava sempre, mas no Palácio de Latrão onde os papas ficavam de 313 d.C (calendário Juliano) até 1929 d.C.(calendário Gregoriano), quando criaram o Vaticano.
Não! Nunca desejei confundir o leitor.
È exatamente assim.
O calendário gregoriano alterou todas as datas anteriores, estabelecidas pelo calendário Juliano do Julio César em 46 a.C.
Verbi gratia, para o Juliano, Fevereiro tinha 29 ou 30 dias.
Sempre achei fosse porque o César gostasse muito de Carnaval, para esconder suas atrocidades, mas nunca tive certeza.
En passant (galicismo), uma pequena observação, apenas para confundir e desviar a atenção do que sempre importa...
Sempre (quase) me perguntam por que uso “vg”, ao invés de “p.ex”., isto.é “verbi gratia” (latinismo ou romantismo?), no lugar de “por exemplo” como sempre fazia até descobrir que os “vgs” dos textos jurídicos nunca significaram vírgula, como sempre achei.
Aí, passei sempre a escrever assim.
Uns dizem que é Direito demais, outros que é errado.
Nunca todos concordam. Sempre tem um do contra.
Isto é, quase sempre...
Aprendi, em minhas análises – psiquiátricas e não sintáticas - que nunca, como sempre fazemos, devemos dizer que algo ou uma pessoa sempre é assim, nunca é assim.
Assim é assim e “pf”. Este “pf” é minúsculo, uma vez signifique ponto final. Prato feito de boteco deve sempre ser escrito PF maiúsculo.
Que foi grilo-falante?
Ah! Como sempre, estou esquecendo de algo. Hoje é aniversário de quem? Nunca me lembro de aniversários.
Mas sempre me lembro que nunca lembrava de pagar minhas contas no dia certo. Até seguir os conselhos de um senhor que garantia que quase nunca esquecia de nada. Passei a usar um calendário gregoriano que ganhei do Sr. Juliano, gerente do banco, e que está sempre caído (o calendário) no chão perto da escrivaninha.
Não que eu marque qualquer data de vencimento das contas.
Nunca me lembraria de fazer isso.
Já pensaram no trabalho que dá, “vg”, escrever no dia 01 “pagar conta de Luz”, no dia 10 “pagar conta de água”, no dia 15 “pagar telefone” e assim até o dia 20, quando sempre parei de pagar qualquer conta, porque nunca sobra dinheiro.
Salário sempre acaba antes do mês.
Querem saber como marco o calendário?
Simples solução, como sempre convém a grandes problemas.
Fiz um carimbo e coloco em todos os dias: “Veja se hoje não tem conta ou imposto a pagar”.
Aí, abro a gaveta e confiro.
Genial, não?
Como sempre.
Nunca tinham pensado nisso, falem a verdade.
Calma! Agüenta aí! Estou concluindo.
Sempre me ensinaram que a conclusão tem sempre que confirmar a tese apresentada no início do texto.
Nunca se esqueçam disso, bradava sempre um professor de redação e lógica.
Quem quiser entender melhor, siga meus sempre exemplares e lógicos textos. Às vezes, enrolo-me um pouco, mas não neste texto, aparentemente sem nexo, onde, se me lembro, comecei dizendo que sempre dizem que estou sempre mal humorado. Lembram-se ou se esqueceram, como quase sempre ocorre comigo? Nunca me lembro – ou quase sempre me esqueço - do parágrafo anterior e quase sempre (ou às vezes?) tenho que retomar a leitura.
Sou brasileiro!
E como é de nossa natureza, sempre acreditamos em estranhas profecias que algum dia a corrupção acabará ou os impostos diminuirão nestas terras, que nem sabemos a data correta que foi achada.
Hoje, como sempre, acordei feliz com a esperança renovada.
Até abrir o jornal e ler que mais e mais corrupções são descobertas, outro ministro saiu, há mais suspeitas pelo ar e o governo pensa em novos impostos para cobrir gastos impublicáveis.
Todos os dias a mesma coisa.
Sempre... Sempre... Sempre...
Nunca... Nunca... Nunca sossegam...
Sempre assim...
Não tenho, como sempre, razão em ficar mal humorado e parecer caduco?
Parece que isso nunca acaba.
Pronto... Acabei!
Por favor, não diga que estou caduco, nem fique mal humorado.
Sorria!
Ah! E volte sempre...
Prometemos que não haverá caos aéreo.
Nunca mais?
Nem pra Copa?
Volta, vai!