A ignorância e o desrespeito se somam em todas as partes da cidade: Comida distribuída às pombas pelas ruas e praças e cães que não param de latir.
POMBAS
Os que alimentam pombas devem achar bonitinhos esses ratos voadores que apenas servem para transmitir doenças.
Vejam uma pequena síntese sobre o assunto:
Doenças que podem ser transmitidas por pombos
Criptococose - micose profunda. Os sintomas são: febre, tosse, dor torácica, podendo ocorrer também cefaléia, sonolência, rigidez da nuca, acuidade visual diminuída, agitação, confusão mental. São transmitidas através da inalação de poeira contendo fezes de pombos contaminadas pelos agentes etiológicos.
Histoplasmose - micose profunda. Os sintomas que podem ocorrer variam desde uma infecção assintomática até febre, dor torácica, tosse, mal estar, debilidade, anemia..
Ornitose - doença infecciosa aguda, cujo agente etiológico. Os sintomas são: febre, cefaléia, mialgia, calafrios, tosse.
Salmonelose: doença infecciosa aguda no sistema digestivo. Alguns dos sintomas são: febre, diarréia, vômitos, dor abdominal. É transmitida através da ingestão de alimentos contaminados com fezes de pombos contendo o agente etiológico.
Dermatites - são provocadas pela presença de ectoparasitas (ácaros) na pele, provenientes das aves ou de seus ninhos.
Além de doenças, outros problemas
Entupimento de calhas; apodrecimento de forros de madeira; danos a monumentos históricos, em antenas de TV, em pintura de carros (devido à acidez de suas fezes); contaminação de grãos; acidentes aéreos ou terrestres.
Métodos de controle
Educativo - Baseia-se na orientação da população, alertando-a para que evite alimentar os pombos, pois tal hábito acarreta aumento exagerado do número de aves, com maior risco de transmissão de doenças e danos ambientais.
Barreiras físicas - Este método baseia-se na utilização de telas, fechamento das aberturas por onde as aves adentram, com alvenaria ou outro material resistente; colocação de fios de nylon.
Repelentes - Existem no comércio vários produtos, que são aplicados sobre telhados, beirais, etc. com o objetivo de afastar as aves do local.
Todos os métodos de controle possuem suas vantagens e desvantagens; entretanto, o que se recomenda é a utilização de medidas integradas, a fim de se obterem melhores resultados.
(Fonte: Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de São Paulo)
LATIDOS A QUALQUER HORA
O segundo problema é o desrespeito de vizinhos a paz alheia. Cães que não param de latir.
Todos têm o direito a não serem incomodados em qualquer hora do dia. Nada de Lei do Silêncio
O direito a tranqüilidade, não ser incomodado em sua casa em qualquer hora do dia está, inclusive, protegido pelo direito de Vizinhança (artigo 1277 CC).
Não aceite argumentos tipo:
Cães têm que latir: os incomodados que se mudem; tomem calmantes; procurem seus direitos.
Procurar seu direito, sim.
Ao vizinho que não lhe respeita, não cuidando para que o cão não incomode com latidos persistentes e intermitentes há um caminho:
O processo cível, cabendo inclusive pedido de indenização pelo dano moral causado.
Já há diversos julgamentos nesse sentido, até com acórdãos do Tribunal de Justiça.
Procure o Juizado Especial Cível (Pequenas Causas). Não precisa de advogado
Cachorros são adestráveis pelo treinamento.
Donos mal educados ou desinformados são adestráveis pelo bolso.
Importantíssimo: Não faça nenhum mal ao cachorro.
Para terminar um recado a quem gosta ou não de cães:
Há milhares de deficientes visuais a espera de um cão-guia.
Saiba como ajudar acessando o site www.iris.org.br
31 março 2011
29 março 2011
BANCOOP PROCURA COOOPERADOS
Noticia-se que o presidente da BANCOOP procurou um dos "lideres da resistencia".
O desespero ante a derrocada final da cooperativa de fachada obriga-nos tomar muito cuidado e preucações.
Ninguém da BANCOOP é confiável ou merece respeitabilidade.
Devem estar armando alguma.
Ser enganado novamente por ela é no mínimo burrice.
Se a BANCOOP, que está prestes a sofrer intervenção, tem algo digno de nota a dizer,
que o faça à frente do Juiz, que alíás procura citar seus dirigentes no âmbito criminal.
Cuidem-se quanto a ameaças ou tentativas de cooptação...
A hora final está chegando
Cuidado! Muito cuidado! Todo cuidado!
E é pouco.
O desespero ante a derrocada final da cooperativa de fachada obriga-nos tomar muito cuidado e preucações.
Ninguém da BANCOOP é confiável ou merece respeitabilidade.
Devem estar armando alguma.
Ser enganado novamente por ela é no mínimo burrice.
Se a BANCOOP, que está prestes a sofrer intervenção, tem algo digno de nota a dizer,
que o faça à frente do Juiz, que alíás procura citar seus dirigentes no âmbito criminal.
Cuidem-se quanto a ameaças ou tentativas de cooptação...
A hora final está chegando
Cuidado! Muito cuidado! Todo cuidado!
E é pouco.
25 março 2011
PEDRAS NA EDUCAÇÃO DA PEDRA
- Juntem dez dessas pequeninas ásperas e substituam por esta maior quadradinha. Quando tiverem dez quadradinhas, vale uma lisinha um pouco maior. E se conseguirem dez lisinhas, pronto: È o mesmo que mil pequeninas ásperas. Estão vendo só como Matemática não é assim uma pedra no sapato?
- Pode sim! Pode escrever na parede. Daqui a uns séculos...
- Quanto é um século?
- Século são dez quadradinhas ou...? Quem sabe?
- Uma lisa?
- Perfeito!
- Daqui há uns séculos vão nos dar importância. Seremos famosos. Esses desenhos que vocês ficam fazendo na parede serão chamados de rupestres e interpretados como...
- Kamasutra dos Flintstones?
- Não, Joãozinho! Receberá uma análise antropológica, filosófica do espectro conceitual sobre a vida dos pré-cambrianos.
- Como?
- Eles nem imaginarão o que somos.
- Pare, Pedrinho! Não jogue seu material didático na cabeça dela... Pode machucar... Espere quando tiver uma namorada. Poderá usar um porrete.
- Quantas você engoliu, Pedrita? Amanhã não reclame...
- É verdade que no meio do caminho tinha uma pedra?
- Não se diz tinha... É havia...
- Era desmoronamento.
- O governo contratou qual empreiteira para tirar?
- De onde tiraram tanta bobagem? Cabeças duras...
- Para semana que vem estudaremos Guimarães Rosa?
- Quem é esse cara? Joga boliche com o Barney?
- Minha mãe disse que é o autor do “Burrinho Pedrês”, seu bobo...
- Bobo é você. A aula é matemática, não de gramática. São pedras diferentes.
- Literatura. Ai! Você me acertou uma áspera.
- Calma gente! Escutem um pouquinho, só... Podemos misturar as pedras... Isto é, nestes tempos o ensino é interdisciplinar. Um pessoal, depois de estudar muito, redescobrirá isso daqui a algum tempo. Umas lisinhas de anos. Entenderam?
- ...
- Não!
- O sinal! O sinal! Até amanhã, professora!
- Crianças! Cuidado! Não machuquem o dedo chutando o material didático. Nem maltratem os filhotes de dinossauros dos vizinhos.
- Ai! Amanhã eles voltam. Quem me ajuda a apagar a parede e guardar o material?
--------------------------------------------------------------------------
“Ser professor é literalmente carregar pedras desde aqueles pedregosos tempos”.
--------------------------------------------------------------------------
Este texto faz parte do Exercício Criativo - A Educação pela Pedra.
Outros textos em http://encantodasletras.50webs.com/pelapedra.htm
- Pode sim! Pode escrever na parede. Daqui a uns séculos...
- Quanto é um século?
- Século são dez quadradinhas ou...? Quem sabe?
- Uma lisa?
- Perfeito!
- Daqui há uns séculos vão nos dar importância. Seremos famosos. Esses desenhos que vocês ficam fazendo na parede serão chamados de rupestres e interpretados como...
- Kamasutra dos Flintstones?
- Não, Joãozinho! Receberá uma análise antropológica, filosófica do espectro conceitual sobre a vida dos pré-cambrianos.
- Como?
- Eles nem imaginarão o que somos.
- Pare, Pedrinho! Não jogue seu material didático na cabeça dela... Pode machucar... Espere quando tiver uma namorada. Poderá usar um porrete.
- Quantas você engoliu, Pedrita? Amanhã não reclame...
- É verdade que no meio do caminho tinha uma pedra?
- Não se diz tinha... É havia...
- Era desmoronamento.
- O governo contratou qual empreiteira para tirar?
- De onde tiraram tanta bobagem? Cabeças duras...
- Para semana que vem estudaremos Guimarães Rosa?
- Quem é esse cara? Joga boliche com o Barney?
- Minha mãe disse que é o autor do “Burrinho Pedrês”, seu bobo...
- Bobo é você. A aula é matemática, não de gramática. São pedras diferentes.
- Literatura. Ai! Você me acertou uma áspera.
- Calma gente! Escutem um pouquinho, só... Podemos misturar as pedras... Isto é, nestes tempos o ensino é interdisciplinar. Um pessoal, depois de estudar muito, redescobrirá isso daqui a algum tempo. Umas lisinhas de anos. Entenderam?
- ...
- Não!
- O sinal! O sinal! Até amanhã, professora!
- Crianças! Cuidado! Não machuquem o dedo chutando o material didático. Nem maltratem os filhotes de dinossauros dos vizinhos.
- Ai! Amanhã eles voltam. Quem me ajuda a apagar a parede e guardar o material?
--------------------------------------------------------------------------
“Ser professor é literalmente carregar pedras desde aqueles pedregosos tempos”.
--------------------------------------------------------------------------
Este texto faz parte do Exercício Criativo - A Educação pela Pedra.
Outros textos em http://encantodasletras.50webs.com/pelapedra.htm
Marcadores:
apostolos de pedro,
educação,
humor,
pedro galuchi,
professores
09 março 2011
QUE ROLO!
Faz uns tempinhos houve “séria” discussão na mídia, com os órgãos de defesa do consumidor bradando contra a atitude dos fabricantes em diminuírem a metragem dos rolos de papel higiênico de 40 para 30 metros.
À época achei uma grande traição. Afinal, você pensava que ainda tinha dez metros e...
Cadê o papel?
Resolveu-se que tinha que estar destacado (no picote?) a metragem dos rolos.
Hoje voltou-me a imagem da discussão.
A guerra dos papéis continua.
Em forma de promoções.
Compre 16 rolos e pague 15.
Rolos com papeis duplos de 20 metros versus papeis simples de 30.
Quem vai pensar nisso na hora agá?
Se for simples dobra, ora...
Compre quatro rolos do papel Xis e ganhe uma caixa de lenços de papel. Deve ser indicado para intestinos presos. Secar as lágrimas.
Compre oito rolos do papel ypsilon e ganhe uma caixa de lápis de cor. Deve ser para pichar a porta de banheiros públicos, enquanto espera.
Publicitário pensa em cada coisa.
Pensando bem. Eita guerrinha de ...! (interatividade aí, pessoal!)
Agora preciso ir.
Aonde?
Não é da sua conta! Vocês não têm nada a ver com isso.
Têm, gente?
À época achei uma grande traição. Afinal, você pensava que ainda tinha dez metros e...
Cadê o papel?
Resolveu-se que tinha que estar destacado (no picote?) a metragem dos rolos.
Hoje voltou-me a imagem da discussão.
A guerra dos papéis continua.
Em forma de promoções.
Compre 16 rolos e pague 15.
Rolos com papeis duplos de 20 metros versus papeis simples de 30.
Quem vai pensar nisso na hora agá?
Se for simples dobra, ora...
Compre quatro rolos do papel Xis e ganhe uma caixa de lenços de papel. Deve ser indicado para intestinos presos. Secar as lágrimas.
Compre oito rolos do papel ypsilon e ganhe uma caixa de lápis de cor. Deve ser para pichar a porta de banheiros públicos, enquanto espera.
Publicitário pensa em cada coisa.
Pensando bem. Eita guerrinha de ...! (interatividade aí, pessoal!)
Agora preciso ir.
Aonde?
Não é da sua conta! Vocês não têm nada a ver com isso.
Têm, gente?
Marcadores:
apostolos de pedro,
CONSUMIDOR,
humor,
pedro galuchi
07 março 2011
LOTERIA DO METRÔ
Blim... Blom...
Informamos aos senhores passageiros que este trem permanecerá parado a espera do deslocamento do trem que está à frente.
Voz grossa ou delicada lá vem o aviso que vamos chegar atrasados outra vez.
Quer que desçamos para empurrar?
Socorro, Padim...
Por favor, alguém avise o motorneiro do bonde que está vindo trás para ele parar também...
Valei-me...
Ai! Que falta de ar.
Tenho claustrofobia.
Alguém caiu nos trilhos.
Faltou luz de novo em São Paulo
Vai descer na próxima estação?
Se chegar lá.
O metrô de São Paulo está um caos.
Caos lembra-me o “braziu varemnós”.
Uma coisa leva a outra, embora o metrô já não esteja conseguindo levar-me a lugar algum no horário certo de tanto tempo que fica parado.
Neste país da jogatina oficial e desperdício de dinheiro público poder-se-ia criar a “loteria do Metrô”.
Tipo assim:
Aposta simples: Quantas vezes o Metrô irá parar por dia?
Jogo duplo: Quantas vezes ficará parado numa estação? Dentro do túnel?
Aposta tripla: Hora e tempo exato de paradas, embora em algumas estações tenham retirado os relógios. Deve ser causa e efeito. Ou defeito? Tiram o relógio para os passageiros não verem o tempo perdido.
Apostas acumuladas semanal, quinzenal e mensal.
O premio?
Ora!
Uma viagem de ponta a ponta sem paradas.
Não dá?
Tentei...
Informamos aos senhores passageiros que este trem permanecerá parado a espera do deslocamento do trem que está à frente.
Voz grossa ou delicada lá vem o aviso que vamos chegar atrasados outra vez.
Quer que desçamos para empurrar?
Socorro, Padim...
Por favor, alguém avise o motorneiro do bonde que está vindo trás para ele parar também...
Valei-me...
Ai! Que falta de ar.
Tenho claustrofobia.
Alguém caiu nos trilhos.
Faltou luz de novo em São Paulo
Vai descer na próxima estação?
Se chegar lá.
O metrô de São Paulo está um caos.
Caos lembra-me o “braziu varemnós”.
Uma coisa leva a outra, embora o metrô já não esteja conseguindo levar-me a lugar algum no horário certo de tanto tempo que fica parado.
Neste país da jogatina oficial e desperdício de dinheiro público poder-se-ia criar a “loteria do Metrô”.
Tipo assim:
Aposta simples: Quantas vezes o Metrô irá parar por dia?
Jogo duplo: Quantas vezes ficará parado numa estação? Dentro do túnel?
Aposta tripla: Hora e tempo exato de paradas, embora em algumas estações tenham retirado os relógios. Deve ser causa e efeito. Ou defeito? Tiram o relógio para os passageiros não verem o tempo perdido.
Apostas acumuladas semanal, quinzenal e mensal.
O premio?
Ora!
Uma viagem de ponta a ponta sem paradas.
Não dá?
Tentei...
Marcadores:
apostolos de pedro,
caos,
metrô,
pedro galuchi,
são paulo,
transporte público
02 março 2011
RUA PROFESSOR TRANQUILLI - TEMPOS TRANQUILOS
04126-010.
No dia 10 de Outubro de 1928, quando Antonio Augusto Davin, meu bisavô, adquiriu o lote na Travessa Terceira, Freguesia de Villa Marianna, localizado a cinqüenta e cinco metros da Rua Loefreguin, não existia o Código de Endereçamento Postal. A Travessa Terceira só tinha mato. Depois ainda foi denominada Rua da Floresta. Hoje é a totalmente urbanizada Rua Professor Tranquilli, em homenagem ao professor Tranquillo Tranquilli, falecido em 1947, titular de diversas matérias no Colégio São Bento.
Na sala da casa que ocupa o último dos lotes herdados por seus familiares, ainda balança uma cadeira adquirida no dia do meu nascimento, em 1955, para que a dona Maria de Lourdes embalasse seu neto nos últimos dias de vida.
Nessa época, a rua de terra batida já estava com quase toda sua extensão habitada e quase igual ao que é hoje, não fossem dois prédios que roubam a insolação das casas.
Todos vizinhos se conheciam.
No lado par ao lado do muro do Hospital Santa Cruz era casa do Amadeu da venda. Atravessando a Jorge Tibiriçá estava a casa do seu Geraldo, ao lado do último terreno sem construção onde fazíamos guerra de canudos entre os pés de mamona. Depois vinha a venda do Seu Valdomiro e dona Sophia, a lojinha do Seu Domingos e dona Aurora, as três casas de meus primos Elisa, Aurora e Julinho, a casa da Dona Dolores e seu Nicola – estas quatro demolidas em 2005 para construção de um prédio -, vizinha do seu Manoel pintor, meu avô e pai da Dona Olga, a casa construída no terreno do tio Alberto e que seria do seu Vitório, a casa do seu Hilário, depois a do Seu Luiz, vizinho do Luiz tintureiro, que toda sexta-feira saía de madrugada para pescar na Billings e às vezes levava os meninos da rua. Ao lado a casa do seu Francisco, fotógrafo. Os últimos cinco sobradinhos, que hoje são quatro, foram construídos no começo da década de 60. Do lado ímpar a oficina do Pedrão, a casa que eu achava a mais bonita da rua e está praticamente igual até hoje, na esquina da Rua Manoel de Moraes. A seguir, a dona Maria do 85, a casa do Tiguês, outra oficina mecânica onde é arquivo do hospital, o açougue do Romeu, a casa da dona Julieta, costureira, para onde se mudou o Seu Vitório, a casa da dona Aurora, mãe da Dra. Irene, dentista; a casa da Dona Arlete, mãe do Ariel que correu a São Silvestre num ano da década de 60. Atravessando a Trabiju havia a casa da dona Emilia, também costureira, esposa do Alcebíades, ao lado da dona Aparecida, outra costureira, mulher do Gino, motorista de praça, como meu pai Pedro, depois a casa e fábrica de cortiça do Seu Antonio e dona Rosinha, a casa da Dona Clélia e seu Davi – estas três também demolidas e finalmente a casa da mãe do Nenê que jogava no Corinthians e a vendinha do seu João, pai do Maurinho.
A gente sabia até quem eram os cães. O Biju do 239, o Banzé do 238, a Flay do 258.
Era necessário prendê-los às pressas para evitar que fossem pegos pela carrocinha que passava “de surpresa” às sextas feiras.
Na década de 60 brincamos “perigosamente” por uns dias, nos buracos onde era instalada a tubulação do esgoto. Era o fim da limpeza das fossas que se escondiam nas calçadas.
Uma grande felicidade. Asfaltaram a rua e pudemos descê-la de carrinho de rolimã. Se o seu Rômulo estivesse em casa, só da casa dele para baixo, por causa do barulho. Mas se ele não estivesse, era desde o topo da Jorge Tibiriçá até a Loefgreen na frente da vendinha do seu João. Algumas vezes nos esborrachávamos no terreno da dona Irma, esposa do seu Irmo, na Loefgreen. Algumas vezes assustamos o cavalo do verdureiro que passava duas vezes por semana.
Foi um grande evento a troca das carroças de lixo pelos caminhões.
Na época junina, Dona Aparecida organizava uma fogueira, ao lado do muro, onde hoje há um pé de romã.
A rua tinha seus defeitos. A feira de domingo atrapalhava as brincadeiras. A mesma declividade, tão útil para as velozes corridas de carrinhos, nos obrigava a jogar bolinha de gude e algumas peladas na Trabiju ou Loefgreen, que eram retas.
Falando em futebol até um poste tinha apelido. O Carlos Alberto, cortado da Copa de 1966, completava o time se faltava um. Lembro que fizemos uma pequena homenagem a ele quando foi o capitão em 1970.
Campeonatos de jogos de botões não faltavam quase todas as tardes.
O começo do final desses bons tempos dourados foi em 1972, quando construíram o viaduto sobre o “buracão ou barroquinha” da Loefgreen e os carros começaram a “cortar caminho” por lá.
Nessa época, quatro moleques criados na rua - Cláudio, Luiz Carlos, Hiroshi e eu - todos vestibulandos nos despedimos da tranqüilidade da Tranquilli, com a última pelada na rua. Nunca mais vi ninguém brincando na rua. Nem meus filhos que cresceram na mesma casa, mas já se mudaram para outros caminhos em suas vidas.
-------------------------------------------------------------------------------
Crônica publicada no Jornal Vidaqui de 25.fev.2011
No dia 10 de Outubro de 1928, quando Antonio Augusto Davin, meu bisavô, adquiriu o lote na Travessa Terceira, Freguesia de Villa Marianna, localizado a cinqüenta e cinco metros da Rua Loefreguin, não existia o Código de Endereçamento Postal. A Travessa Terceira só tinha mato. Depois ainda foi denominada Rua da Floresta. Hoje é a totalmente urbanizada Rua Professor Tranquilli, em homenagem ao professor Tranquillo Tranquilli, falecido em 1947, titular de diversas matérias no Colégio São Bento.
Na sala da casa que ocupa o último dos lotes herdados por seus familiares, ainda balança uma cadeira adquirida no dia do meu nascimento, em 1955, para que a dona Maria de Lourdes embalasse seu neto nos últimos dias de vida.
Nessa época, a rua de terra batida já estava com quase toda sua extensão habitada e quase igual ao que é hoje, não fossem dois prédios que roubam a insolação das casas.
Todos vizinhos se conheciam.
No lado par ao lado do muro do Hospital Santa Cruz era casa do Amadeu da venda. Atravessando a Jorge Tibiriçá estava a casa do seu Geraldo, ao lado do último terreno sem construção onde fazíamos guerra de canudos entre os pés de mamona. Depois vinha a venda do Seu Valdomiro e dona Sophia, a lojinha do Seu Domingos e dona Aurora, as três casas de meus primos Elisa, Aurora e Julinho, a casa da Dona Dolores e seu Nicola – estas quatro demolidas em 2005 para construção de um prédio -, vizinha do seu Manoel pintor, meu avô e pai da Dona Olga, a casa construída no terreno do tio Alberto e que seria do seu Vitório, a casa do seu Hilário, depois a do Seu Luiz, vizinho do Luiz tintureiro, que toda sexta-feira saía de madrugada para pescar na Billings e às vezes levava os meninos da rua. Ao lado a casa do seu Francisco, fotógrafo. Os últimos cinco sobradinhos, que hoje são quatro, foram construídos no começo da década de 60. Do lado ímpar a oficina do Pedrão, a casa que eu achava a mais bonita da rua e está praticamente igual até hoje, na esquina da Rua Manoel de Moraes. A seguir, a dona Maria do 85, a casa do Tiguês, outra oficina mecânica onde é arquivo do hospital, o açougue do Romeu, a casa da dona Julieta, costureira, para onde se mudou o Seu Vitório, a casa da dona Aurora, mãe da Dra. Irene, dentista; a casa da Dona Arlete, mãe do Ariel que correu a São Silvestre num ano da década de 60. Atravessando a Trabiju havia a casa da dona Emilia, também costureira, esposa do Alcebíades, ao lado da dona Aparecida, outra costureira, mulher do Gino, motorista de praça, como meu pai Pedro, depois a casa e fábrica de cortiça do Seu Antonio e dona Rosinha, a casa da Dona Clélia e seu Davi – estas três também demolidas e finalmente a casa da mãe do Nenê que jogava no Corinthians e a vendinha do seu João, pai do Maurinho.
A gente sabia até quem eram os cães. O Biju do 239, o Banzé do 238, a Flay do 258.
Era necessário prendê-los às pressas para evitar que fossem pegos pela carrocinha que passava “de surpresa” às sextas feiras.
Na década de 60 brincamos “perigosamente” por uns dias, nos buracos onde era instalada a tubulação do esgoto. Era o fim da limpeza das fossas que se escondiam nas calçadas.
Uma grande felicidade. Asfaltaram a rua e pudemos descê-la de carrinho de rolimã. Se o seu Rômulo estivesse em casa, só da casa dele para baixo, por causa do barulho. Mas se ele não estivesse, era desde o topo da Jorge Tibiriçá até a Loefgreen na frente da vendinha do seu João. Algumas vezes nos esborrachávamos no terreno da dona Irma, esposa do seu Irmo, na Loefgreen. Algumas vezes assustamos o cavalo do verdureiro que passava duas vezes por semana.
Foi um grande evento a troca das carroças de lixo pelos caminhões.
Na época junina, Dona Aparecida organizava uma fogueira, ao lado do muro, onde hoje há um pé de romã.
A rua tinha seus defeitos. A feira de domingo atrapalhava as brincadeiras. A mesma declividade, tão útil para as velozes corridas de carrinhos, nos obrigava a jogar bolinha de gude e algumas peladas na Trabiju ou Loefgreen, que eram retas.
Falando em futebol até um poste tinha apelido. O Carlos Alberto, cortado da Copa de 1966, completava o time se faltava um. Lembro que fizemos uma pequena homenagem a ele quando foi o capitão em 1970.
Campeonatos de jogos de botões não faltavam quase todas as tardes.
O começo do final desses bons tempos dourados foi em 1972, quando construíram o viaduto sobre o “buracão ou barroquinha” da Loefgreen e os carros começaram a “cortar caminho” por lá.
Nessa época, quatro moleques criados na rua - Cláudio, Luiz Carlos, Hiroshi e eu - todos vestibulandos nos despedimos da tranqüilidade da Tranquilli, com a última pelada na rua. Nunca mais vi ninguém brincando na rua. Nem meus filhos que cresceram na mesma casa, mas já se mudaram para outros caminhos em suas vidas.
-------------------------------------------------------------------------------
Crônica publicada no Jornal Vidaqui de 25.fev.2011
Marcadores:
apostolos de pedro,
infancia,
pedro galuchi,
professor tranquilli,
são paulo,
vila mariana
Assinar:
Postagens (Atom)